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Política

Feliciano cita futebol e diz que 'beijaço' foi promovido por 'baderneiros'

16 set 2013 - 23h10
(atualizado às 23h20)
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PMs retiram meninas de culto de Feliciano após beijo:

Após um protesto terminar em confusão, no domingo, durante um evento religioso que contou com a presença do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) em São Sebastião, litoral de São Paulo, quando duas jovens se beijaram e foram retiradas do local por guardas municipais da cidade, o parlamentar afirmou nesta segunda-feira, em seu perfil no Twitter, que os manifestantes que promoveram um “beijaço” na ocasião “ou são loucos e necessitam de tratamento mental urgente, ou são baderneiros que querem cinco minutos de fama ou querem briga”. 

Segundo informações publicadas nas redes sociais, o pastor pediu a ajuda da polícia para coibir um "beijaço" organizado por duas jovens durante o Glorifica Litoral, evento gospel que ocorreu durante o último final de semana. As jovens Joana Palhares, 18 anos, e Yunka Mihura, 20, teriam se beijado durante o culto religioso, o que acabou causando indignação no deputado.

Em uma sequência de 10 mensagens na rede social nesta segunda-feira, Feliciano afirmou que os manifestantes desrespeitaram o Código Penal brasileiro e que tentaram perturbar uma cerimônia religiosa. 

“O Código Penal brasileiro no seu artigo 208 diz: escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa, impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso, vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso: pena detenção, um mês a um ano ou multa. Se há emprego de violência, a pena aumenta de 1/3, sem prejuízo da correspondente à violência”, disse o deputado. “Toda vez que indivíduos adentram o local de culto, seja onde for, e atentam sem pudor contra nossos princípios, ferem nossos direitos.”

Segundo Feliciano, os manifestantes tentaram reverter a situação e se passar por vítimas. “Indivíduos invadem o culto, desrespeitam crianças, idosos, agridem as autoridades, chutam os policiais, e por fim dizem ser vitimas?”

Comparando a ocasião a um jogo de futebol entre Brasil e Argentina, o parlamentar classificou os manifestantes como loucos e disse que eles necessitam “de tratamento mental urgente”.

“Final de copa, Argentina e Brasil, quatro argentinos tendo sua arquibancada vem sentar entre os brasileiros e começam a xingá-los. Imagine. Ou são loucos e necessitam de tratamento mental urgente, ou são baderneiros que querem cinco minutos de fama ou querem briga. Ou a terceira opção. Alguém esta por trás disto usando estes indivíduos como massa de manobra para tentar desestabilizar a ordem. Já detectamos em vários lugares q tais ‘ativistas’ são insuflados por professores e por partidos políticos. Ganham dinheiro para isto. Fazem isso contra evangélicos porque somos pacatos, de paz, mas não somos trouxas! A lei será empregada sempre que ferirem nosso direito”, disse Feliciano. 

Beijaço causa tumulto em evento com deputado

Em sua página no Facebook, Joana havia publicado uma foto convocando para o "1º Beijaço Gay São Sebastião". Com a legenda "Feliciano, nos aguarde", ela prometia marcar presença na praça do coreto, às 20h deste domingo. Durante o ato, porém, Feliciano teria pedido para guardas municipais coibirem os beijos. Ao menos quatro guardas municipais cercaram as meninas e o grupo de amigos que as acompanhava. A abordagem foi filmada por uma testemunha e publicada na internet nesta segunda-feira.

Tentando tirar o foco da confusão, Feliciano orienta aos fiéis que peguem suas bíblias e acompanhem a um trecho do livro sagrado que seria lido por ele. "Ignora esse pessoal. A polícia já está indo ali. Isso é vilipêndio a culto. Só vou pedir aos policias para tomarem cuidado, que esse pessoal (...) eles vão falar que vocês estão batendo neles viu", disse o pastor.

"Esse pessoal que não tem respeito a mãe, nem pai, nem a ninguém. Cachorrinho que está latindo é assim, você ignora ele e ele para de latir", completou o pastor, pedindo para o público ignorar a confusão. O cinegrafista registrou os policiais puxando as jovens, que relutaram em sair do espaço. Após alguns minutos, elas foram levadas para uma área restrita ao lado do palco no qual se apresentava o pastor e deputado. O cinegrafista foi impedido de prosseguir pelos próprios guardas municipais.

Em sua página pessoal no Facebook, Joana Palhares acusou os guardas de agressão pelo modo como ela foi conduzida. "Nunca imaginei que seria agredida, violentada, algemada e presa por beijar uma mulher em publico!! Vergonha de fazer parte dessa sociedade de merda!!! Estou com nojo do meu país e principalmente da minha cidade ", desabafou a jovem.

Prefeitura vai investigar ação

A prefeitura de São Sebastião divulgou uma nota sobre o ocorrido, dizendo que a Guarda Civil agiu em cumprimento do “artigo 208 do Código Penal Brasileiro - que prevê pena de detenção de um mês a um ano ou multa ao cidadão que zombar de alguém publicamente por motivo de crença ou função religiosa e impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso”.

De acordo com documento, a Guarda Civil Municipal (GCM) teria agido inicialmente conversando com as manifestantes e “na tentativa de retirá-las do local com segurança – tendo em vista que o grupo corria o risco de um possível mal maior por parte de pessoas que insinuavam uma agressão - um cordão de isolamento foi preparado”.

As jovens foram encaminhadas ao 1º Distrito Policial e lá o delegado de plantão decidiu registrar a ocorrência apenas como averiguação. Na manhã desta segunda, o caso começou a ser apurado pela ouvidoria da GCM, que verifica se houve excessos por parte dos guardas que participaram da ação.

Fonte: Terra
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