Eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos em meio a protestos que o acusam de "racista" e "homofóbico", o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) emprega no gabinete cinco pastores de sua igreja evangélica que recebem salários da Câmara sem cumprir expediente em Brasília nem no escritório político em sua cidade natal, Orlândia (SP). A cúpula da Catedral do Avivamento, igreja fundada pelo deputado, ocupa cargos de assessoria parlamentar no gabinete de Feliciano há dois anos, com salários que chegam a R$ 7 mil. Os funcionários são os pastores Rafael Octávio, Joelson Tenório, André Luis de Oliveira, Roseli Octávio e Wellington de Oliveira, que dirigem a igreja nas cidades de Franca, Ribeirão Preto, São Joaquim da Barra e Orlândia, todas no interior paulista. As informações foram publicadas no jornal Folha de S. Paulo.
"Não fico em comissão em que povo foi excluído", diz deputado:
A reportagem visitou as cidades nos últimos dias e identificou que esses pastores têm a missão de comandar cada templo da igreja do deputado, mas não cumprem trabalho legislativo. Segundo o regimento da Câmara, os assessores de confiança devem cumprir uma jornada de 40 horas semanais. Procurado desde o início da semana, o deputado não se manifestou. O pastor Wellington de Oliveira, funcionário da Câmara e que se apresenta como assessor de comunicação de Feliciano, disse inicialmente que os pastores tinham a função de recolher reivindicações e informou que os demais não estavam autorizados a dar entrevistas. Abordado no culto de segunda-feira em Ribeirão Preto, o pastor Joelson Tenório disse que, no cargo de assessor parlamentar, faz "trabalhos políticos" para o deputado Marco Feliciano. Procurados, os outros pastores não foram encontrados.
Manifestantes foram às ruas em Curitiba (PR) contra a indicação do Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) à Comissão de Direitos Humanos da Câmara
Foto: Joka Madruga / Futura Press
Em Porto Alegre (RS), o protesto aconteceu no Parque da Redenção, tradicional espaço da cidade
Foto: Diogo Sallaberry / Futura Press
Acusado de homofobia e racismo por defensores de direitos de homossexuais e negros, ele recebeu 11 dos 12 votos para a comissão e gerou revolta no Rio de Janeiro
Foto: Luiz Roberto Lima / Futura Press
Os manifestantes foram às ruas da capital paulista neste sábado para exigir a saída do pastor da Comissão de Direitos Humanos
Foto: J. Duran Machfee / Futura Press
Para viabilizar a eleição do deputado evangélico, o PSC teve o apoio do PMDB e do PSDB, que cederam suas vagas na comissão ao partido. Na foto, protesto em São Paulo
Foto: J. Duran Machfee / Futura Press
Os gaúchos protestaram contra acusações supostamente homofóbicas e racistas feitas pelo deputado do PSC, que disse que os negros sofrem de uma maldição
Foto: Diogo Sallaberry / Futura Press
O pastor evangélico, considerado racista e homofóbico por grupos humanitários, foi escolhido para o cargo na última quinta-feira em uma sessão tumultuada
Foto: Fernando Diniz / Terra
maioria foi ao Parque da Redenção para repudiar a escolha de Feliciano para presidir a comissão que trata de políticas para minorias
Foto: Fernando Diniz / Terra
Os dois protestos foram combinados pela internet em momentos distintos, mas os manifestantes acabaram se unindo para gritar palavras de ordem no parque da capital gaúcha
Foto: Fernando Diniz / Terra
Manifestantes contrários à escolha do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados encontraram neste sábado, em Porto Alegre (RS), integrantes de um protesto contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL)
Foto: Fernando Diniz / Terra
Os protestos também ocorreram em Belo Horizonte (MG)
Foto: Cristiane Mattos / Futura Press
Na capital mineira, os manifestantes fizeram uma faixa com os dizeres "Fora Feliciano"
Foto: Alexandre Mazus / vc repórter
Os manifestantes também protestaram contra a eleição de Renan Calheiros à presidência do Senado
Foto: Cristiane Mattos / Futura Press
O protesto, de caráter nacional, também ocorreu em Santa Catarina
Foto: Anderson Pinheiro / Futura Press
Em São Paulo, os manifestantes percorreram as avenidas Consolação e Paulista, no centro da capital
Foto: Eva Bella / vc repórter
Alguns utilizaram máscaras para protestar contra o deputado Pastor Marco Feliciano e o senador Renan Calheiros
Foto: Eva Bella / vc repórter
Com faixas e cartazes nas mãos, manifestantes pediam justiça
Foto: Eva Bella / vc repórter
Acessórios com as cores do orgulho gay, como o guarda-chuva que aparece na foto, foram utilizados durante o protesto
Foto: Eva Bella / vc repórter
O "nariz de palhaço" também foi escolhido pelos jovens que participaram da manifestação
Foto: Eva Bella / vc repórter
Jovem carrega cartaz durante protesto contra o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP)
Foto: Eva Bella / vc repórter
Com as cores da bandeira brasileira pintadas no rosto, mulher levou seu bicho de estimação para participar do movimento
Foto: Eva Bella / vc repórter
Com cartazes e faixas, cariocas vão às ruas protestar contra pastor Marco Feliciano