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Política

FHC diz que PT passa por fadiga, mas rejeita descontrole da inflação

25 fev 2014 - 13h20
(atualizado às 14h07)
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Ex-presidente afirma que governo petista vive uma fadiga de material, o que indica que é o momento de mudança no comando do País
Foto: Paulo Whitaker / Reuters

O governo petista vive uma fadiga de material, o que indica que é o momento de mudança no comando do País, disse nesta terça-feira o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), mas em contraposição ao que tem dito o pré-candidato de seu partido, o senador Aécio Neves (MG), rejeitou que a inflação esteja fora de controle.

"A partir de certo momento há uma fadiga de material, eu sofri essa fadiga quando estava no governo e agora tem fadiga de material", afirmou a jornalistas pouco antes de uma sessão solene do Senado para lembrar os 20 anos de lançamento do Plano Real, criado quando ele era ministro da Fazenda no governo Itamar Franco. "Acho que tem que mudar, agora estamos chegando a uma hora de mudança", acrescentou.

Segundo ele, o País tem melhorado nos últimos anos, mas é preciso fazer novos avanços, como ocorreu na época do Plano Real e "falar a verdade ao povo". "Tem que falar com sinceridade, não pode fazer o tempo todo propaganda", criticou o ex-presidente.

Fernando Henrique disse que se preocupa com possíveis perdas do Plano Real por contra da atual situação econômica interna, mas não considera que a inflação esteja descontrolada. "Não posso ser injusto e dizer que o governo não controla a inflação. Na minha época era 20%, 30% ao mês, hoje é 6% ano . Isso não quer dizer que não deva continuar controlando", argumentou.

Apesar de se manter dentro da meta, a inflação tem sido alvo de constante preocupação do governo e as pressões sobre os preços neste ano eleitoral são fonte de preocupação para a presidente Dilma Rousseff, que tentará sua reeleição.

"Política econômica não é receita, é navegação. Tem que ver a cada momento o que tem que fazer. Não pode ter ideia fixa, mas tem que saber o rumo que tem que ser mantido", analisou o ex-presidente. "Agora, nesse momento o Brasil está um pouco num compasso diferente do compasso do mundo. Tem que ajustar de novo o compasso."

Já o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, primeiro a ocupar a tribuna para defender o legado do Plano Real, elevou o tom das críticas aos petistas.

"Doze anos do governo do PT levaram o País a estar hoje novamente num ambiente de descrença e ameaça do futuro", disse. "Formulações ideológicas interferem no ambiente econômico... e colaboram para o país ter retrocessos." "De tijolo sólido viramos hoje frágil economia", resumiu Aécio.

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