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Política

Filhos de Bolsonaro discordaram sobre tentativa de golpe de Estado, disse Mauro Cid em delação

Segundo o ex-ajudante de ordens, Eduardo e Flávio Bolsonaro tinham posicionamentos diferentes sobre os próximos passos do pai após a eleição

19 fev 2025 - 18h21
(atualizado às 18h47)
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Eduardo e Flávio Bolsonaro discordaram sobre tentativa de golpe de Estado, diz Mauro Cid
Eduardo e Flávio Bolsonaro discordaram sobre tentativa de golpe de Estado, diz Mauro Cid
Foto: Divulgação

Os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) discordavam sobre quais deveriam ser os próximos passos do pai após a derrota nas eleições de 2022. A informação consta na delação do ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, à Polícia Federal.

O documento foi tornado público nesta quarta-feira, 19, após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), remover o sigilo. Na terça-feira, 18, a Procuradoria-Geral da República (PGR) remeteu, ao STF, a denúncia contra Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe de Estado. 

A delação de Cid embasou parte da denúncia da PGR. Segundo o militar, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputador federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se opuseram como 'conselheiros' do pai. 

Enquanto o senador desaconselhava o golpe, o deputado se mostrava favorável à medida. Segundo Cid, os aliados de Bolsonaro se dividiam entre 'radicais', 'moderados' e 'conservadores'. 

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O grupo mais ostensivo defendia a insistência em buscas por fraudes nas urnas eletrônicas, além de um golpe de Estado com um braço armado. Este séquito era composto por Eduardo e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, entre outros aliados. Ambos, no entanto, não foram denunciados.   

Integravam o grupo radical, ainda, o ex-ministro Onyx Lorenzoni, o senador Jorge Seif (PL-SC), o ex-ministro Gilson Machado, o senador Magno Malta (PL-ES) e o general Mário Fernandes. Eles também não foram citados na denúncia da PGR. 

Entre os radicais, havia uma subdivisão composta por aliados que insistiam em encontrar 'elemento concreto' de fraude nas urnas eletrônicas. Aí estariam o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS), o major da reserva do Exército Angelo Martins Denicoli, o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, e um 'grupo de pessoas que prestavam assessoramento técnico'.

"O presidente [Bolsonaro] repassava as possíveis denúncias para os generais Pazuello e Paulo Sérgio para que fossem apuradas. O grupo tentava encontrar algum elemento concreto de fraude, mas a maioria era explicada por questões estatísticas”, afirmou Mauro Cid.

O ex-presidente Jair Bolsonaro após deixar reunião com aliados nesta quarta-feira, 19
O ex-presidente Jair Bolsonaro após deixar reunião com aliados nesta quarta-feira, 19
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

Flávio Bolsonaro, por sua vez, integrava a ala 'conservadora', responsável por aconselhar o presidente a desmobilizar apoiadores em frente a instalações militares, além de posicionar Bolsonaro como um grande líder opositor. Também faziam parte o senador Ciro Nogueira (PP-PI), o brigadeiro Batista Junior e o ex-chefe da Advocacia-Geral da União, Bruno Bianco. 

Havia, ainda, os 'moderados', compostos por generais da ativa que 'apesar de não concordarem com o caminho que o Brasil estava indo, com abusos jurídicos', entendiam que não havia nada a ser feito diante da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na eleição de 2022. 

Para eles, qualquer coisa em outro sentido 'seria um golpe armado que representaria um regime militar por mais 20 ou 30 anos'. Eles ainda aconselharam Bolsonaro a sair do Brasil. 

Entenda a denúncia da PGR

Bolsonaro foi denunciado pelos crimes de liderança de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da união e deterioração de patrimônio tombado.

Além do ex-presidente, a PGR também denunciou nesta terça-feira, 18, o ex-ministro general Braga Netto e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e outros 31 pelos crimes de:

  • Golpe de Estado;
  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Organização Criminosa.

O objetivo, segundo o relatório, era estabelecer uma "falsa realidade de fraude eleitoral" para que sua derrota não fosse interpretada como um acaso e servir de "fundamento para os atos que se sucederam após a derrota do então candidato Jair Bolsonaro no pleito de 2022".

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A investigação aponta ainda que a o ex-presidente tinha conhecimento de um plano para matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Em nota, a defesa de Bolsonaro afirma que o ex-presidente "jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam". Também alegou ter recebido com "estarrecimento e indignação a denúncia da Procuradoria-Geral da República"

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Fonte: Redação Terra
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