Firma de doleiro recebeu por obras de navios da Petrobras
O consórcio MGT, que trabalha para a Petrobras na construção de seis navios ao valor de cerca de R$ 400 milhões, subcontratatou a Malga Engenharia há dois anos para fornecer máquinas como rolo compressor para um estaleiro em construção no porto de Itajaí (SC). A firma é do doleiro Alberto Yousseff, preso na Operação Lava Jato, e tem como sócio informal o deputado federal Luiz Argôlo (SDD-BA). As informações foram publicadas no jornal Folha de S. Paulo.
A contadora Meize Baza, que trabalhou para o doleiro por três anos, foi quem deu a informação à Polícia Federal que o doleiro e o deputado são sócios na Malga. Ela contou que Youssef intermediava o pagamento de propina para políticos, feito por empreiteiras que faziam obras para a Petrobras, como a OAS e a Mendes Junior.
Em 2013, a Malga recebeu R$ 171 mil do consórcio formado pelas empresas DM Construtora e TKK Engenharia. As duas empresas foram contratadas em agosto de 2012 para produzir navios que serão usados na exploração do pré-sal na baía de Santos. A empreiteira também fez o trabalho da Delta Engenharia na duplicação de um trecho da rodovia no Paraná, a BR-163, em um contrato de R$ 115 milhões. A Delta envolveu-se em tantas irregularidades que acabou proibida de contratar com o poder público.
Os policiais da Operação Lava Jato não têm certeza de que isso seja verdade nem que o serviço em Itajaí tenha sido prestado, já que se trata de uma "empresa fictícia, com propósito apenas de operacionalizar práticas criminosas como lavagem de dinheiro e desvio de recursos". A Petrobras não respondeu até o fechamento do jornal se tinha comprovação de que o serviço para o qual a Malga fora contratada foi prestado. Os advogados da TKK Engenharia não responderam. O defensor de Argôlo, Aluisio Regis, nega que o parlamentar seja sócio do doleiro, mas não quis antecipar a linha de defesa que apresentará na Conselho de Ética que julgará o deputado. "O que a contadora diz não é mentira, mas ela está descontextualizando as coisas", disse o advogado.
