Flávio Bolsonaro não irá a acareação do MPF com Marinho
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) não vai comparecer à acareação com o empresário Paulo Marinho marcada pelo Ministério Público Federal para 21 de setembro, segundo a defesa do parlamentar, que garantiu que o filho do presidente Jair Bolsonaro segue à disposição das autoridades para participar em um outra data.
O MPF investiga um suposto vazamento da operação Furna da Onça, em 2018, quando surgiram relatórios do antigo Coaf sobre movimentações financeiras atípicas nos gabinetes de mais de 20 parlamentares da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, na época em que Flávio, filho mais velho do presidente, era deputado estadual.
Paulo Marinho disse que um delegado da Polícia Federal contou ao então deputado estadual sobre a operação antes dela ser realizada.
Flávio Bolsonaro, e o ex-chefe de gabinete dele na Assembleia Legislativa Fabrício Queiroz são suspeitos de se apropriarem de salários de funcionários no caso que ficou conhecido como "rachadinha".
"Quando (o senador) for intimado, veremos disponibilidade de agenda", disse à Reuters a advogada Luciana Pires, que representa o parlamentar. "O que informei é que no dia 21 de setembro não será possível, caso confirme esta data", acrescentou ela.
Outro advogado que representa o filho do presidente, Rodrigo Roca afirmou que uma data para a acareação será ajustada com o Ministério Público Federal.
"Não é que ele não vai participar, ele não pode nessa data e quando for notificado, vamos ajustar um horário para conciliar a agenda de parlamentar com agenda do MPF, como está na lei. Não é uma recusa de participação", disse o advogado à Reuters.
A defesa do senador acrescentou que a prerrogativa de foro por ser parlamentar dá direito a Flávio de escolher dia, hora e local da acareação.
"O parlamentar vai decidir o dia e hora que poderá participar de uma possível acareação com o empresário Paulo Marinho, quando for intimado para esse ato processual", disse a defesa em nota, ao destacar a prerrogativa do senador.
"Por isso, não cabe ao Ministério Público Federal decidir quando Flávio fará a acareação... A defesa reforça que o senador não se nega a participar, mas caberá a ele escolher o dia que tem a disponibilidade."
Procurado, o MPF ainda não se manifestou sobre o posicionamento do filho do presidente.
O empresário Paulo Marinho, que é suplente de Flávio Bolsonaro, disse à Reuters que segue à disposição do MPF. "Estou pronto para falar quando, onde e na hora que quiser", disse.