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Política

Flávio Bolsonaro nega relação com 'Abin paralela' e cita interesse político em operação

Investigações da PF revelaram gravação de Jair Bolsonaro com Alexandre Ramagem

11 jul 2024 - 14h11
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Flavio Bolsonaro diz que proposta vai incentivar negócios e empregos; ambientalistas veem riscos diante da crise climática
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Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) recorreu ao X (antigo Twitter) para negar qualquer relação com o esquema da 'Abin paralela'. As investigações da Polícia Federal encontraram uma gravação de uma hora e oito minutos de uma reunião entre o então presidente Jair Bolsonaro (PL) e o então chefe da Abin, Alexandre Ramagem, em que discutiam um plano para proteger o filho mais velho do ex-presidente.

"Simplesmente não existia nenhuma relação minha com Abin. Minha defesa atacava questões processuais, portanto, nenhuma utilidade que a Abin pudesse ter. A divulgação desse tipo de documento, às vésperas das eleições, apenas tem o objetivo de prejudicar a candidatura de Delgado Ramagem à prefeitura do Rio de Janeiro", escreveu o senador.

Segundo a PF, participaram também da reunião do dia 25 de agosto de 2020 o ex-ministro do GSI, general Augusto Heleno e "possivelmente" a advogada do senador Flávio Bolsonaro. No encontro eles trataram sobre as supostas irregularidades cometidas pelos auditores da receita federal na confecção do relatório de inteligência fiscal que deu causa à investigação contra Flávio.

Ainda de acordo com a PF, o áudio comprovaria a atuação de Bolsonaro para usar a Abin a fim de atender a interesses próprios. Flávio e Bolsonaro foram procurados por esta coluna, mas não retornaram o contato.

Operação Última Milha

Nesta quinta-feira, 11, a Polícia Federal cumpriu cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão em Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Salvador e São Paulo, pela 4ª fase da Operação Última Milha. A ação faz parte de uma série de investigações da PF sobre uma organização criminosa que agia na espionagem ilegal de autoridades públicas e na produção de fake news dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) -- o que ficou conhecida como 'Abin paralela' -- durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

As investigações têm mostrado que a organização era bem articulada. Segundo a PF, os criminosos chegaram a acessar computadores, celulares e a infraestrutura de telecomunicações da Abin para monitorar agentes públicos. Os alvos incluiam membros dos três poderes e até jornalistas.

Além do monitoramento ilegal, o grupo também criava perfis falsos para atacar autoridades e divulgar informações manipuladas, trabalho do grupo que recebeu alcunha de 'gabinete do ódio' dentro do governo Bolsonaro.

Fonte: Redação Terra
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