Foragido por bomba em aeroporto afirma se esconder em fazenda de bolsonarista, diz jornal
Wellington Macedo disse que é inocente no caso e que se sente perseguido pelo Judiciário
O blogueiro e influenciador Wellington Macedo, um dos réus acusados de tentar explodir uma bomba em um caminhão próximo ao aeroporto de Brasília e que está foragido, disse que é inocente no caso e que se sente perseguido pelo Judiciário. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Macedo contou que se abriga em uma fazenda isolada de um empresário bolsonarista e não pretende se entregar à polícia. Ele está foragido desde dezembro do ano passado, após romper a tornozeleira eletrônica.
"Eu não voltei mais em casa, fui para outra cidade. Estou numa fazenda de pessoas que conheci no acampamento [montado em frente ao quartel-general do Exército em Brasília após vitória do presidente Lula]. Estou bem isolado, estou longe", revelou, por telefone.
Macedo já atuou como assessor da então ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do governo Jair Bolsonaro e hoje senadora, Damares Alves (Republicanos-DF). Ele foi preso em 2021 sob acusação de incentivar atos antidemocráticos no 7 de setembro e, depois de deixar a prisão, passou a usar a tornozeleira.
No caso da bomba em Brasília, o blogueiro é acusado de ter dirigido o carro que transportou o explosivo até as proximidades do aeroporto. Em sua versão, no entanto, ele contou que foi procurado pelo também bolsonarista Alan Diego dos Santos e Sousa – um dos reús – no acampamento para uma carona e que não sabia da existência do artefato. Segundo ele, só quando se aproximaram do aeroporto, Sousa pegou a bomba que estava no banco de trás e colocou sobre um pneu de um veículo que estava estacionado. Macedo disse que teve medo de ser preso se avisasse a polícia sobre a bomba.
Ele e os outros reús, Alan Diego e George Washington de Oliveira, respondem pelo crime de explosão, com pena de três a seis anos de prisão e multa.
À Folha, o advogado de Macedo, Aécio de Paula, contou que protocolou uma defesa prévia na Vara Criminal do Distrito Federal. "A gente requereu a inépcia da denúncia. Entendemos que não é crime dar carona para alguém. O Ministério Público falhou em não individualizar [as condutas]", afirmou. Ele alegou ainda que os outros réus isentaram Macedo do atentado e que o seu cliente nem conhecia o empresário que providenciou a bomba.
Macedo ainda é investigado por participar das depredações em Brasília. Ele disse que apenas registrou imagens dos atos de violência e que não defende pautas golpistas. Além disso, afirmou que vai se afastar da política.