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Política

Generais ficam 'perplexos' com suposto planejamento de ataque a integrantes do alto escalão do Exército

Relatório da Polícia Federal revelou que grupo golpista queria apoio de comandantes da corporação

27 nov 2024 - 13h09
(atualizado às 13h16)
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PF diz que Bolsonaro era o "líder" da organização criminosa que pretendia dar um golpe de Estado para que ele se mantivesse no poder
PF diz que Bolsonaro era o "líder" da organização criminosa que pretendia dar um golpe de Estado para que ele se mantivesse no poder
Foto: Dida Sampaio/Estadao / Estadão

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes tornou público o relatório final da Polícia Federal que investiga o planejamento de uma tentativa de golpe de Estado por parte de um grupo criminoso. O documento levou ao indiciamento de 37 pessoas na semana passada, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Com a divulgação do documento, outras denúncias começaram a vir à tona na terça-feira, 26, entre elas, a pressão para que comandantes do alto escalão do Exército brasileiro aderissem ao plano golpista. De acordo com a investigação, a falta de adesão de duas figuras-chaves foi um dos motivos que fez com que o plano não fosse pra frente.

São eles: o general Marco Antonio Freire Gomes, comandante do Exército, e o tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, líder da Aeronáutica.

Em entrevista ao blog do jornalista Gerson Camarotti, da GloboNews, generais do Exército se mostraram "perplexos" com um suposto planejamento de ataque contra esses comandantes que não aderiram à tentativa de golpe.

Segundo eles, o relatório "deixou claro" que as ações tinham o mesmo modus operandi e contavam com a ajuda do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, além de terem o sinal verde do Palácio do Planalto. 

O grupo golpista mirava generais quatro estrelas, sendo eles: general Richard Nunes, então comandante militar do Nordeste e hoje o comandante do Estado-Maior do Exército; general Tomás Paiva, então comandante militar do Sudeste e atual comandante do Exército; e general Valério Stumpf, comandante do Estado-Maior do Exército. 

Além disso, eles utilizavam as redes sociais para "atacar" esses comandantes que não apoiavam o plano de tentativa de golpe de Estado. O grupo os chamavam de "melancias", em referência a cor verde da farda e pelo fato da melancia ser vermelha por dentro - em referência a uma cor "comunista".

O nome de Freire Gomes é citado 141 vezes no relatório da PF recém-divulgado. Já Baptista Junior aparece em 48 trechos do texto.

"Após, finalizar os termos do decreto [do golpe], o então presidente Jair Bolsonaro mandou chamar ao Palácio do Alvorada os Comandantes das Forças Armadas almirante Garnier (Marinha), general Freire Gomes (Exército) e o ministro da Defesa Paulo Sérgio", relata a PF.

"O objetivo naquele momento era obter o apoio dos comandantes, para que as Forças Armadas garantissem a consumação da empreitada criminosa. Os comandantes do Exército e da Aeronáutica se posicionaram contrários a aderir a qualquer plano que impedisse a posse do governo legitimamente eleito. Já o comandante da Marinha, almirante Garnier, colocou-se à disposição para cumprimento das ordens", complementa o texto.

Fonte: Redação Terra
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