Script = https://s1.trrsf.com/update-1731943257/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Política

Gestão e inovação em serviços públicos? Entenda o ministério que é o 'RH' do Estado

Sob o comando da economista Esther Dwerk, pasta estabelecerá diretrizes, normas e procedimentos voltados à gestão administrativa

4 jan 2023 - 18h12
(atualizado às 18h41)
Compartilhar
Exibir comentários
Esther ressaltou a importância do debate para aprovar reforma administrativa no Congresso
Esther ressaltou a importância do debate para aprovar reforma administrativa no Congresso
Foto: Pedro França/Agência Senado / Estadão

O novo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, sob o comando da economista e professora universitária Esther Dwerk, ganhou o apelido de 'RH do Estado', e deve coordenar estatais e gerir servidores públicos no Governo Lula. A pasta é inédita, e resultado do desmembramento do Ministério da Economia em quatro outros ministérios: Fazenda, Planejamento, Indústria e Comércio e Gestão.

Apesar do nome exteso, o objetivo do ministério parece ser simples: gerir servidores públicos, coordenar as estatais e a acelerar a digitalização de serviços públicos. O Terra conversou com especialistas da área para entender a importância desse ministério. Confira a seguir!

Quem faz parte do Ministério da Gestão

O comando do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos ficará com a economista Esther Dwerk, que tomou posse do cargo já na segunda-feira, 2. Em seu primeiro discurso no cargo, Dwerk criticou o teto de gastos e se colocou à disposição para contribuir na elaboração de uma nova regra fiscal para substituir o mecanismo que limita as despesas públicas à variação da inflação.

Sob comando da economista Esther Dwerk, pasta estabelece diretrizes, normas e procedimentos voltados à gestão administrativa
Sob comando da economista Esther Dwerk, pasta estabelece diretrizes, normas e procedimentos voltados à gestão administrativa
Foto: Poder360

Dois outros nomes já foram anunciados para compor o novo ministério: a doutora em Política Social Cristina Kiomi Mori, que ficará à frente da Secretaria-Executiva; e o doutor em Administração e coordenador-geral de Orçamento e Finanças na Escola Nacional de Administração Pública (Enap), Cilair Abreu, que será o novo secretário de Gestão Corporativa.  

Qual é a proposta do Ministério de Gestão

Uma das principais atribuições da nova pasta é estabelecer diretrizes, normas e procedimentos voltados à gestão administrativa; à política de gestão de pessoas; à transformação digital, governança e compartilhamento de dados; e à administração do patrimônio imobiliário da União, entre outras competências, segundo o Decreto de Estrutura. Na prática, o Ministério da Gestão e da Inovação terá como principal função ser uma espécie de "RH do Estado", ou seja, cuidará da parte administrativa de recursos humanos do governo federal. 

O ministério também terá o direito de indicar uma pessoa no assento do Conselho de Administração das Estatais Federais, que costumam ser usadas como uma ferramenta para ampliar o salário dos integrantes do governo.

O que está sob a guarda do Ministério de Gestão

Além dos órgãos de assistência direta e imediata ao ministro de Estado, como a Secretaria-Executiva, Corregedoria e assessorias especiais, a nova pasta contará com a Secretaria Extraordinária para a Transformação do Estado. Outras seis áreas, que eram atendidas pelo antigo Ministério da Economia, foram migradas para a estrutura do novo Ministério.

São elas:

  • • Secretaria de Gestão e Inovação;
  • • Secretaria de Gestão de Pessoas e Relações do Trabalho
  • • Secretaria de Governo Digital;
  • • Secretaria de Coordenação das Estatais;
  • • Secretaria de Gestão do Patrimônio da União;
  • • Secretaria de Gestão Corporativa.

Também farão parte da estrutura do novo ministério o Arquivo Nacional e as entidades vinculadas: Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), a Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e a Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder Executivo (Funpresp-Exe).

Quais os principais desafios do Ministério de Gestão

A missão do ministério inédito é ampliar a eficiência na gestão do governo federal sem a criação de cargos novos, segundo disse a própria ministra Dwerk, em discurso na posse, quando prometeu uma 'verdadeira Reforma Administrativa'. "Não se faz política pública sem máquina estatal", defendeu.

Para isso, a ministra colocou a pauta dos servidores como a mais urgente em sua gestão. Dwerk prometeu debate com as diferentes áreas do funcionalismo público a respeito de pautas como remuneração, reestruturação de carreiras e retomada dos concursos.

A Associação Nacional dos Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental (Anesp) celebrou a criação do ministério e a indicação de Dwerk para o comando da pasta, assim como o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) por meio de seu presidente, Rudinei Marques, servidor público há 30 anos. Em entrevista ao Terra, ele afirmou que Gestão, Planejamento e Fazenda são necessários e contrapontos, logo, não podem estar sob o mesmo comando. 

"Não deu certo a concentração de pastas no Ministério da Economia. Foi um desastre total. [...] Você sempre precisa de um contraponto. A Gestão e o Planejamento têm na Fazenda um contraponto importante; eles mostram as restrições fiscais e os limites do gasto", avaliou Rudinei.

Lula diz que diagnóstico recebido pelo governo de transição sobre gestão Bolsonaro é "estarrecedor":

O principal desafio da pasta, segundo o servidor, será "fazer muito mais, com menos", em referência à quantidade de servidores públicos federais. Um número insuficiente desses trabalhadores pode impactar serviços públicos federais importantes à população, como o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

"O serviço público encolheu. Em 1991 nós tínhamos 650 mil servidores da União, hoje são 570 mil. O ministro Paulo Guedes [gestão Bolsonaro] se orgulhava que a cada 10 aposentadorias, apenas 2,8 servidores eram contratados, mas isso tem um custo", disse.

Na avaliação de Rudinei, faltam recursos para a realização de concursos e um caminho poderia ser a utilização de meios digitais para agilizar o andamento de serviços burocráticos. Com a mudança de governo, a Fonacate já prepara uma nova campanha salarial para fevereiro. 

Fonte: Redação Terra
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade