Script = https://s1.trrsf.com/update-1734630909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Política

Gleisi critica Campos Neto por apoiar reajuste para servidores do Banco Central

Presidente do PT fez relação entre o apoio do presidente do BC à manifestação da categoria e a cobrança da autoridade monetária em relação ao cumprimento das metas fiscais

3 nov 2023 - 13h11
(atualizado às 15h16)
Compartilhar
Exibir comentários

BRASÍLIA - A presidente do Partido dos Trabalhadores, deputada Gleisi Hoffmann (PR), usou as suas redes sociais para criticar, nesta quinta-feira, 2, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, por demonstrar apoio a um reajuste salarial para servidores do banco.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil / Estadão

Nesta quarta-feira, 1, Campos Neto compareceu em um ato feito por servidores na frente da sede do BC, em Brasília. Os funcionários defendem reajustes salariais e reestruturação das carreiras, com a criação de um bõnus de produtividade semelhante ao implementado para a Receita Federal no atual governo, e não descartam a possibilidade de entrar em uma greve geral neste mês de novembro.

O Estadão procurou a presidente do PT, mas não obteve retornos. O PT sempre se posicionou favorável à pauta de reajustes dos servidores públicos.

Em nota, o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central afirmou que a valorização da carreira de servidores do BC "é justa e necessária". Segundo a entidade, manter os servidores motivados e qualificados deve ter a mesma preocupação do governo federal do que lidar com os rumos da economia e da situação fiscal do país.

"Entendemos que há espaço para conciliar as preocupações de ordem fiscal com a concessão de reajustes para os servidores do BC. Por isso, estamos em operação-padrão desde 3/7/2023, reivindicando melhorias legítimas e imprescindíveis para a carreira da nossa Autarquia", afirmou o Sinal em nota.

O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, chefiado pela ministra Esther Dweck, ainda não apresentou nenhuma contraproposta do governo para as reivindicações da categoria.

No X (antigo Twitter), Gleisi ironizou: "Que tal o Roberto Campos Neto?! Cobrando meta fiscal do governo mas quer aumento para os servidores do BC?!"

A declaração de Gleisi faz referência a falas de Campos Neto no fim de setembro, em que defendeu que o governo precisa "persistir" para atingir a meta fiscal zero em 2024.

"É importante persistir na meta, o caminho é esse, e é isso que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem pontuado. Mesmo que a meta não seja cumprida 100%, os agentes percebem esforço nessa direção", afirmou.

Copom diminuiu taxa Selic em 0,50 ponto percentual na quarta

Campos Neto é alvo de críticas de petistas por conta da taxa básica de juros, a Selic. Quando iniciou o seu terceiro mandato, a taxa era de 13,75%. Após uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta quarta, 2, a Selic diminuiu de 12,75% para 12,25%.

No seu comunicado oficial, o comitê repetiu a defesa da importância de o governo perseguir as metas fiscais já estabelecidas.

"Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas", diz o texto.

Lula já disse que Campos Neto mantém contato com 'quem o indicou'

No início de setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o presidente do BC, sugerindo que ele mantém contato com "quem o indicou", fazendo referência a nomeação de Campos Neto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no início de 2019.

"O presidente do Banco Central não foi indicado por nós, foi indicado pelo governo anterior e o Banco Central, agora, é autônomo, não tem mais interferência da presidência da República que podia chamá-lo para conversar", disse o petista. "Esse cidadão, se ele conversa com alguém, não conversa comigo. Ele deve conversar com quem o indicou e, quem o indicou, não fez coisas boas neste País", afirmou o petista.

Leia a nota do Sinal na íntegra

"O SINAL (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central) vem a público esclarecer que a valorização da carreira de servidores do BC é justa e necessária. O BC é o guardião da economia brasileira; logo, preocupar-se com os rumos da economia e da situação fiscal do país é, também, preocupar-se em manter um Banco Central forte com servidores motivados e qualificados: uma coisa não exclui a outra!.

Informamos que todos os nove Diretores do Banco Central, não apenas o seu presidente, compareceram a nosso protesto em 1/11/2023 para manifestar o apoio da Diretoria como um todo às justíssimas reivindicações dos servidores da Casa. Tais Diretores sabem que a desmotivação e a saída de talentos da nossa organização são muito altas e tendem a piorar ainda mais! Por isso, a preocupação de todos em buscar uma solução para o BC.

Dadas as informações acima, entendemos que há espaço para conciliar as preocupações de ordem fiscal com a concessão de reajustes para os servidores do BC. Por isso, estamos em operação-padrão desde 3/7/2023, reivindicando melhorias legítimas e imprescindíveis para a carreira da nossa Autarquia.

Por fim, manifestamos nosso altíssimo respeito à nobre deputada Gleisi Hoffmann e entendemos como correta sua crítica a um rigor fiscalista desumano, inconsequente. É possível conciliar a preocupação fiscal com medidas de desenvolvimento da nossa Economia, e acreditamos que a equipe econômica do atual Governo, bastante equilibrada, está no rumo certo. Torcemos para o sucesso da atual política econômica liderada pelo Ministro da Fazenda Fernando Haddad".

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil / Estadão
Estadão
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade