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Política

Golpe não aconteceu porque maior parte de chefes das Forças Armadas não "cedeu às pressões", diz PF

No relatório, PF diz que concretização de golpe foi impedida por fatores "alheios à vontade do então presidente Jair Bolsonaro"

26 nov 2024 - 18h12
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Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, teria rejeitado plano golpista
Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, teria rejeitado plano golpista
Foto: Reprodução/GloboNews

O relatório final da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe aponta que a conspiração para romper a ordem democrática não se concretizou porque a maioria do Alto Comando do Exército e dos comandantes do Exército e da Aeronáutica "não cederam a pressões golpistas" no ano de 2022. 

O documento, entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), teve seu sigilo derrubado nesta terça-feira, 26, pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Além disso, Moraes encaminhou o relatório à Procuradoria-Geral da República (PGR), que agora deverá decidir se apresenta ou não denúncia contra os 37 indiciados pela Polícia Federal pelos crimes de abolição violenta do estado democrático, golpe e organização criminosa.

No relatório, a PF afirma que a concretização da ruptura institucional foi impedida por fatores "alheios à vontade do então presidente Jair Bolsonaro".

Ainda segundo as investigações, a maioria dos integrantes do Alto Comando do Exército e os chefes das Forças Armadas "permaneceram, de forma inequívoca, fieis aos valores que regem o Estado Democrático".

Trecho do relatório destaca: "A consumação do golpe de Estado perpetrado pela organização criminosa não ocorreu, apesar da continuidade dos atos para conclusão da ruptura institucional, por circunstâncias alheias à vontade do então presidente da República Jair Bolsonaro, no caso, a posição inequívoca, dos comandantes do Exército e da Aeronáutica, general de Exército Freire Gomes e Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Junior, e da maioria do Alto Comando do Exército, de permanecerem fieis aos valores que regem o Estado Democrático de Direito, não cedendo às pressões golpistas".

A Polícia Federal também apontou no relatório que a concretização do golpe dependia de um elemento central: o apoio das Forças Armadas, especialmente do Exército, como o principal "braço armado" do Estado. Para isso, o então presidente Jair Bolsonaro teria promovido diversas reuniões com os comandantes militares e com o ministro da Defesa, buscando apoio para um decreto que materializasse a ruptura institucional.

Segundo as investigações, enquanto o comandante da Marinha, Almirante Almir Garnier, e o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, demonstraram adesão ao plano golpista, os comandantes do Exército, General Freire Gomes, e da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, rejeitaram qualquer ação que resultasse na quebra da ordem democrática.

O Terra tenta localizar a defesa dos investigados. O espaço permanece aberto para manifestações. 

Fonte: Redação Terra
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