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Política

Governador do DF diz que Moro não conhece nada de segurança

Ibaneis Rocha fez duras críticas ao ministro da Justiça após a decisão de transferir Marcola para presidio de segurança máxima de Brasília

23 mar 2019 - 11h38
(atualizado às 12h27)
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BRASÍLIA - O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), fez duras críticas ao ministro da Justiça Sérgio Moro, após a decisão do governo federal de transferir para um presídio de segurança máxima de Brasília, o chefe máximo do PCC, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.

O ministro da justiça, Sergio Moro, durante lançamento da Frente Parlamentar da Segurança Pública
O ministro da justiça, Sergio Moro, durante lançamento da Frente Parlamentar da Segurança Pública
Foto: RENATO COSTA /FRAMEPHOTO / Estadão

O governador disse que se trata de uma decisão absurda e afirmou que vai procurar o presidente Jair Bolsonaro para que o líder do PCC seja levado para fora da capital federal. "Já pedi à procuradoria para preparar uma ação judicial, com base na lei de segurança nacional. Essa atitude do ministro Moro demonstra que ele não conhece nada de segurança, realmente", declarou o governador neste sábado, durante visita ao evento "SOS DF Justiça", que acontece em Candangolândia, no entorno de Brasília.

O criminoso, que há menos de dois meses estava detido em um presídio federal de Porto Velho (RO), deixou a cidade na manhã de sexta, 22, e foi enviado para a unidade em Brasília. Outros três líderes da facção também foram alvo da mesma operação, um sinal de que o governo pode adotar o rodízio em prisões federais para dificultar a reorganização da cúpula do PCC e planos de fuga.

"Você não pode trazer um criminoso desse quilate, um criminoso que arrasta com ele todo crime organizado. E olha que nós estamos fazendo nossa parte. Vocês viram ontem pela manhã. Nós prendemos sete integrantes do PCC aqui no Distrito Federal", disse Ibaneis, claramente irritado com a decisão do governo federal.

"Nossa Polícia Civil está trabalhando forte. Agora, trazer um criminoso como esse pra cá, a seis quilômetros do Palácio do Planalto? Nós temos mais de 180 embaixadas de representações internacionais. Nós temos os principais tribunais da República, grandes autoridades circulam por aqui. Como é que você traz isso para dentro da capital da República? Isso é o maior absurdo do ponto de vista da segurança que já ouvi falar na minha vida", afirmou.

Ibaneis disse que o presídio federal em Brasília "é uma jabuticaba" que só existe no DF. "Em lugar nenhum do mundo você tem um presídio federal dentro da capital da República. Eu vou acionar a justiça, vou procurar todas as autoridades, vou levar ao presidente Bolsonaro o absurdo desse preso estar aqui. Simplesmente você vê um líder do PCC a seis quilômetros do presidente da República. Isso certamente não vai dar certo."

O governador do DF disse que "não adianta dizer que existe medida de segurança para afastar, porque o crime organizado anda junto" e já está na região. "Eles sabiam dessa vinda para cá e todos eles já estavam aqui. Nós, através de nosso monitoramento pela Polícia Civil, conseguimos prender uma parte dessa quadrilha. Agora, com certeza, a presença de Marcola aqui no Distrito Federal vai fazer com que o crime organizado proceda aqui e na região metropolitana, que não tem policiamento."

Inaugurada em outubro, a unidade de Brasília é a mais nova administrada pela União e abriga outros presos pertencentes à facção paulista. A operação desta sexta foi coordenada pela Secretaria de Operações Integradas, criada por Sérgio Moro. Marcola e os demais foram levados de Porto Velho por aeronaves da Força Aérea Brasileira. Também participaram da segurança agentes do Departamento de Penitenciário Nacional e do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal.

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