Governo de MG rebate Lula e diz que metrô é responsabilidade federal
O governo de Minas Gerais rebateu neste domingo as declarações feitas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sexta-feira, quando o petista esteve em Belo Horizonte para lançar o ex-ministro do Desenvolvimento Fernando Pimentel ao governo e aproveitou para alfinetar as administrações do PSDB no Estado. Lula criticou diretamente o senador Aécio Neves e o governador Antônio Anastasia, acusando-os de espalhar notícias ruins e pessimistas sobre a economia brasileira e de omitir os investimentos do governo federal em Minas.
"Quando eu cheguei aqui, vi uma faixa com a frase 'Dilma, chega de mentira, cadê o dinheiro do metrô?' Eu digo que o dinheiro do metrô está esperando o governo de Minas Gerais apresentar um projeto para a gente fazer o metrô. Se apresentar o projeto, o dinheiro tem, porque somos republicanos, mas não somos tontos de liberar o dinheiro sem o projeto", atacou.
Em nota, o governo de Minas Gerais afirmou não “ser verdadeira a referência feita pelo ex-presidente”. “Primeiramente, é importante deixar claro que a obra do metrô de BH é de inteira responsabilidade do Governo Federal, sendo que a última ampliação ocorreu ainda durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso”, diz o comunicado.
“Nos últimos anos, sob a gestão petista, a obra ficou totalmente parada, comprometendo a mobilidade urbana na terceira maior região metropolitana do país. Ressalte-se que, neste período, o governo do Estado de Minas Gerais ofereceu-se para colaborar, fazendo vários esforços para sensibilizar o governo Federal no sentido de retomar as obras. Em 2008, por exemplo, o então governador Aécio Neves apresentou ao então presidente Lula uma proposta para ampliação do metrô por meio de parceria público-privada, que foi ignorada.” De acordo com o governo de Minas Gerais, apenas em abril de 2012 o governo federal concordou com a colaboração do Estado, “que desde então assumiu a responsabilidade de coordenar a elaboração dos projetos de engenharia”.
A nota também rebateu outra crítica de Lula, que enumerou alguns programas tocados pelo governo mineiro que, segundo o ex-presidente, são financiados pelo governo federal. "O Luz para Todos virou o quê? Luz de Minas, Clarear? O programa do leite era outro nome, e aí vai", ironizou o petista. Segundo governo de Minas, as afirmações de Lula “não têm cabimento”.
“No caso específico dos programas Luz Para Todos e Clarear, citados por ele, é importante esclarecer que se tratam de programas absolutamente distintos. O programa Clarear, do governo estadual, é um programa totalmente diferente do programa Luz para Todos, do governo federal. O Clarear é um programa de eletrificação urbana executado com 100% de recursos da Cemig. Ele foi criado para atender à determinação do órgão regulador, a Aneel, para universalização da eletrificação urbana. Já o Luz para Todos é um programa de eletrificação rural, que, ressalte-se, não é executado apenas com investimentos do governo federal. Mais de 70% dos recursos do Luz para Todos são de responsabilidade estadual, entre recursos próprios do governo do Estado e da Cemig e financiamento que será integralmente pago pela empresa estadual”, detalhou a nota.
Ex-prefeito da capital mineira, Pimentel deverá ter como principal adversário na disputa pelo Palácio Tiradentes o ex-ministro das Comunicações no governo Fernando Henrique Cardoso, e também ex-prefeito de BH, Pimenta da Veiga (PSDB), que terá a pré-candidatura lançada no próximo dia 20. Além de vencer a eleição e tomar dos tucanos o governo mineiro, Pimentel terá como missão fazer da campanha eleitoral dele palanque em Minas para a presidente Dilma, que vai tentar a reeleição ao Palácio do Planalto. Do outro lado, Pimenta da Veiga também terá a tarefa de sair vitorioso puxando votos para o senador Aécio Neves, pré-candidato à presidência da República.