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Política

Governo de SC faz lista de livros proibidos e manda tirar de circulação; veja as obras

Relação inclui best-seller, obra futurista e livro sobre amor e sexo; determinação é para que as obras sejam 'armazenadas em local não acessível à comunidade escolar'. Governo afirmou que eles não foram banidos, mas recolhidos para redistribuição às turmas adequadas

8 nov 2023 - 22h52
(atualizado em 9/11/2023 às 15h11)
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BRASÍLIA - O governo de Santa Catarina elaborou uma lista de livros que devem ser retirados das escolas do Estado. Fazem parte da relação de obras proscritas um best seller de Stephen King, 'It: A Coisa', e a obra futurista de Anthony Burgess 'Laranja Mecânica', que deu origem ao filme de mesmo nome do cineasta Stanley Kubrick.

O governo de Santa Catarina distribuiu um ofício circular nessa terça-feira, 7, determinando a retirada desses e outros livros da rede estadual de educação. No total, nove livros foram listados. A assessoria do governo do estado afirmou que os livros não foram proibidos ou banidos, e sim removidos dos anos iniciais para serem redirecionados para turmas de ensino médio e dos anos finais do ensino fundamental, de acordo com o cronograma pedagógico atual.

A lista dos livros inclui ainda 'O Diário do Diabo: Os segredos de Alfred Rosenberg, o maior intelectual do nazismo', que revela detalhes sobre o regime extremista de Adolf Hitler e o Terceiro Reich. Os títulos 'Os 13 Porquês', que gira em torno das consequências do suicídio, e 'A Química Entre Nós', que fala sobre amor e sexo a partir dos olhares da psicologia e da neurociência, também foram recolhidos pela Secretaria de Educação de Santa Catarina.

Confira todos os títulos:

> A química entre nós (Larry Young e Brian Alexander)

> Coração Satânico (William Hjortsberg)

> Donnie Darko (Richard Kelly)

> Ed Lorraine Warren: demonologistas - arquivo sobrenaturais (Gerald Brittle)

> Exorcismo (Thomas B. Allen)

> It: A coisa (Stephen King)

> Laranja Mecânica (Anthony Burgess)

> Os 13 Porquês (Jay Ascher)

> O diário do diabo: Os segredos de Alfred Rosenberg, o maior intelectual do nazismo (Robert K. Wittman e David Kinney)

"Determinamos que as obras listadas sejam retiradas de circulação e armazenadas em local não acessível à comunidade escolar. Em breve enviaremos novas orientações", diz o ofício. O documento é assinado pelo supervisor regional da Educação, Waldemar Ronssem Júnior, e pela integradora Regional de Educação, Anelise dos Santos de Medeiros.

Ao Estadão, a assessoria do governo de Santa Catarina afirmou que os livros foram comprados e distribuídos em uma gestão anterior, mas não estão de acordo com o cronograma pedagógico atual para as séries iniciais.

Segundo o órgão, uma criança do ensino fundamental teria levado um desses livros para casa e a mãe questionou a disponibilidade dele pela escola.

Ainda de acordo com o governo, o recolhimento teria como objetivo removê-los dos primeiros anos do ensino fundamental e redistribuí-los para os anos finais e para o ensino médio. O órgão não apresentou um prazo para essa redistribuição, mas indicou que "deve ser logo".

Em nota, a Secretaria de Educação reforçou que não está retirando livros das bibliotecas, e sim redirecionando-os para "melhor adequar as obras literárias às faixas etárias". Ao Estadão, o órgão confirmou que ainda não há um prazo para a redistribuição dos livros, porque o processo é recente.

Confira a nota na íntegra:

A Secretaria de Estado da Educação (SED), por meio da Coordenadoria Regional de Educação de Florianópolis, reforça que não estão sendo retirados livros das bibliotecas das escolas estaduais da região. Apenas alguns dos títulos das bibliotecas das unidades escolares da região estão sendo redistribuídos, buscando melhor adequar as obras literárias às faixas etárias das diferentes modalidades oferecidas na rede estadual de educação. Obras específicas para o público adolescente/adulto tinham sido enviadas pela antiga gestão para escolas com alunos de uma faixa etária menor, como as que apenas têm estudantes do ensino fundamental.

Governador de Santa Catarina critica 'agenda ideológica' na educação federal

Em suas redes sociais, o governador Jorginho Mello criticou a educação a nível federal nesta terça-feira, 7. O destaque foi para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Mello afirmou que a "agenda ideológica domina a pauta na educação federal", ao mesmo tempo em que disse que "em SC estamos preservando nossos valores e investindo pesado no futuro das crianças e dos jovens". Ele não falou sobre a lista de livros removidos das escolas em seu estado.

Estadão
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