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Política

Governo emite nota de pesar por morte de Olavo de Carvalho

No texto, o Planalto diz que o escritor foi um "intransigente defensor da liberdade"

25 jan 2022 - 10h32
(atualizado às 11h04)
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Olavo de Carvalho
Olavo de Carvalho
Foto: Joshua Roberts / Reuters

O governo federal emitiu nota oficial para lamentar a morte de Olavo de Carvalho, considerado o guru do bolsonarismo. No texto, o Planalto diz que o escritor foi um "intransigente defensor da liberdade" e deixa como legado "um verdadeiro apostolado a respeito da vida intelectual".

Olavo de Carvalho morreu na noite de segunda-feira aos 74 anos. Ele estava internado em um hospital nos Estados Unidos e não teve a causa da morte divulgada. No dia 15 de janeiro, a equipe do escritor - crítico das vacinas contra o novo coronavírus - anunciou um diagnóstico de covid-19.

Ainda na madrugada desta terça, o presidente da República, Jair Bolsonaro, se manifestou sobre a morte do guru nas redes sociais. "Olavo foi um gigante na luta pela liberdade e um farol para milhões de brasileiros. Seu exemplo e seus ensinamentos nos marcarão para sempre", disse o presidente, que chamou o escritor de "um dos maiores pensadores da história do nosso país".

De acordo com a nota oficial do governo, o também astrólogo ofereceu "inúmeras contribuições que inspiraram e influenciaram dezenas de milhares de alunos e leitores - inclusive, levando muitos à conversão à fé, segundo incontáveis relatos".

"O governo do Brasil lamenta a perda do filósofo e professor Olavo de Carvalho e manifesta seu pesar e suas condolências a familiares, amigos e alunos", diz o documento do Executivo federal.

Apesar de não ter finalizado a graduação em Filosofia, o escritor se apresentava como professor da disciplina e ministrava cursos. Teve entre os alunos o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), e ajudou a formar uma legião de bolsonaristas.

A nota do governo ainda cita elogios que Olavo de Carvalho teria recebido, no passado, de intelectuais brasileiros como Jorge Amado e Ariano Suassuna.

Veja a nota do governo na íntegra:

"O Governo do Brasil lamenta a perda do filósofo e professor Olavo de Carvalho e manifesta seu pesar e suas condolências a familiares, amigos e alunos.

De contribuição inestimável ao pensamento filosófico e ao conhecimento universal, Olavo deixa como legado um verdadeiro apostolado a respeito da vida intelectual, com uma vasta obra composta de mais de 40 livros e milhares de horas de aulas. Entre suas inúmeras contribuições, defendeu a primazia da consciência individual; apresentou uma inédita e inigualável teoria sobre os quatro discursos aristotélicos; teceu valiosas considerações sobre o conhecimento por presença e originais análises sobre as etapas do desenvolvimento da personalidade humana; além de inúmeras outras contribuições que inspiraram e influenciaram dezenas de milhares de alunos e leitores - inclusive, levando muitos à conversão à fé, segundo incontáveis relatos.

Intransigente defensor da liberdade e escritor prolífico, o professor Olavo sempre defendeu que a liberdade deve ser vivida no íntimo da consciência individual e na inegociável honestidade do ser para consigo mesmo: "Não fingir saber o que não sabe nem fingir não saber o que sabe", resumia assim o conceito da honestidade intelectual. Olavo de Carvalho oxigenou o debate público brasileiro e inseriu no mercado editorial do país e popularizou centenas de autores, dentre os quais se destacam Mário Ferreira dos Santos, Louis Lavalle e Viktor Frankl.

Admirado por proeminentes intelectuais, foi classificado por Roberto Campos como "filósofo de grande erudição"; segundo Jorge Amado, possuía "reconhecida competência na área da filosofia". Para Paulo Francis, "Olavo de Carvalho vai aos filósofos que fizeram a tradição ocidental de pensamento, dando ao leitor jovem a oportunidade de atravessar esses clássicos". E para Ives Gandra Martins, "Olavo é o mestre de todos nós". O filósofo também foi reconhecido por grandes escritores nacionais, como Herberto Salles, Josué Montello, Ariano Suassuna, Antônio Olinto, Hilda Hilst, Miguel Reale, Bruno Tolentino e muitos outros.

<< O amor não é um sentimento: é uma decisão, um ato de vontade e um comprometimento existencial profundo. Os sentimentos variam, mas o amor permanece. Quem não compreendeu isso não chegou nem perto da maturidade. É um juramento interior de defender o ser amado até à morte, mesmo quando ele peca gravemente contra você. O amor é mesmo, como dizia Jesus, morrer pelo ser amado. Quando a gente espera que o amor torne a nossa vida mais agradável, em vez de sacrificar a vida por ele, a gente fica sem o amor e sem a vida. O amor é o mais temível dos desafios, porém, quando você o conhece, não quer outra coisa nunca mais. >> Olavo de Carvalho.

Secretaria Especial da Cultura

Secretaria Especial de Comunicação Social

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Estadão
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