Governo intercedeu por pastor investigado junto ao MEC, diz jornal
Email mostra que o pedido foi feito do gabinete do ministro da Casa Civil
O Palácio do Planalto pediu ao MEC (Ministério da Educação) para receber um dos pastores investigados no escândalo da Educação e ainda cobrou retorno sobre as providênias adotadas. O pastor em questão é Arilton Moura, que é próximo do presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação é da 'Folha de S. Paulo'.
O jornal teve acesso a um email enviado em 7 de janeiro de 2021 pelo gabinete do ministro da Casa Civil, posto na época ocupado pelo general Walter Braga Netto, cotado para ser vice na chapa de Bolsonaro neste ano.
A mensagem pede para o MEC avaliar a "pertinência em atender" o pastor Arilton Moura e cobra retorno sobre as "providências adotadas por esse Ministério". O pedido acontece depois da assessora do pastor, Nely Carneiro da Veiga Jardim, pedir um encontro com o general Braga Netto.
Moura chegou a ser preso no final do mês passado na investigação que apura o escândalo de corrupação no MEC. O pastor Gilmar Santos e o ex-ministro MIlton Ribeiro também foram detidos. Todos acabaram liberados no dia seguinte a prisão.
Áudios divulgados em março pelo jornal 'O Estado de S. Paulo' e pela 'Folha de S. Paulo' revelaram que os pastores negociavam a liberação de recursos federais da Educação com prefeitos, mesmo sem ocupar nenhum cargo oficial no governo.