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Política

Governo Lula nomeia ex-deputado bolsonarista na Sudene; Freire queria 'desesquerdizar' gestão

Heitor Freire foi indicado ao posto pelo presidente do União Brasil, Luciano Bivar; como mostrou o 'Estadão', distribuição de cargos é parte da estratégia de Lula para recompor a base aliada no Congresso; ex-deputado, que se diz 'arrependido', vai analisar destino de verbas de fundo de financiamento do Nordeste

12 mai 2023 - 11h38
(atualizado às 11h51)
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou nesta quinta-feira, 11, o ex-deputado bolsonarista Heitor Freire (União Brasil-CE) para ocupar a diretoria de Gestão de Fundos, Incentivos e de Atração de Investimentos da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), autarquia vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional com foco no Nordeste. A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União.

Reprodução/Facebook
Reprodução/Facebook
Foto: Reprodução/Facebook / Estadão

Freire vai atuar na sede do órgão, no Recife (PE), e, segundo o Portal da Transparência, terá salário de R$ 13.623,39. Cabe à diretoria de Gestão de Fundos, Incentivos e de Atração de Investimentos analisar a destinação de verbas dos programas do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), focada no desenvolvimento econômico e social do Nordeste. No início do governo passado, o ex-deputado ganhou destaque como um fiel apoiador de Jair Bolsonaro. Freire chegou a protocolar um requerimento pedindo a criação da "Secretaria Especial de Desesquerdização da Administração Pública".

Ao Estadão, o presidente do União Brasil, Luciano Bivar, confirmou que a nomeação, revelada pelo colunista Igor Gadelha, foi realizada a seu pedido. "O União Brasil pediu a indicação de Heitor Freire. Temos muitas pessoas arrependidas do passado e que ficaram no meio do caminho. Nunca é tarde para recuperar o tempo perdido", disse. Segundo ele, a sigla também indicou outro nome "de caráter técnico" para a Sudene, José Lindoso.

Arrependido

Em nota, Freire declarou estar "arrependido" de decisões do passado. "Eu reconheço que fui dessa ala radical e, se pudesse voltar atrás, voltaria sim, mas a gente não pode. Só pode ficar a lição, o aprendizado", afirmou. "Naquele momento, muitos deputados do PSL foram enganados por um discurso. Quando percebemos que o discurso era diametralmente oposto ao que se pretendia fazer, nós nos afastamos do governo", disse Bivar. "E o Heitor Freire foi um desses."

Freire foi eleito deputado federal do Ceará pelo PSL nas eleições de 2018, com 97.200 votos (2,12%), na onda bolsonarista. No decorrer do mandato, porém, o parlamentar teve diversos embates com o então presidente Jair Bolsonaro, até romper a aliança. Ao contrário de outros bolsonaristas, Freire permaneceu no PSL durante a fusão com o DEM e passou a integrar o União Brasil.

Quando aliado de Bolsonaro, Freire protocolou um requerimento sugerindo ao presidente da República criar a "Secretaria Especial de Desesquerdização da Administração Pública". O texto detalhava que a secretaria seria "destinada a realizar um amplo controle, fiscalização, identificação, mapeamento, monitoramento, com consequente sugestão de exoneração por decisão do Presidente da República". Integrantes do órgão teriam a função de indicar possíveis nomes potenciais a demissão por reproduzir ideias da esquerda.

Coordenação política

Como mostrou o Estadão, o presidente Lula decidiu assumir as rédeas da coordenação política do governo após sofrer derrotas importantes na Câmara. Além da liberação de uma parte dos R$ 9 bilhões em emendas a deputados e senadores, o chefe do Executivo também iniciou a liberação de cargos no segundo escalão, Sudam e da Sudene, autarquia em que Freire agora é diretor. Apesar de ter indicado três ministérios - Comunicação, Turismo e Desenvolvimento Regional - o União Brasil ainda não vota em conjunto com a base aliada.

Então deputado federal do PSL pelo Ceará, Heitor Freire, era aliado do presidente no governo Bolsonaro.
Então deputado federal do PSL pelo Ceará, Heitor Freire, era aliado do presidente no governo Bolsonaro.
Foto: Reprodução/Facebook Heitor Freire / Estadão
Estadão
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