Script = https://s1.trrsf.com/update-1731945833/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Política

Grupos de esquerda aderem a protesto pró-impeachment

Manifestação vem sendo organizada por grupos de centro-direita desde julho; protestos devem ocorrer no próximo domingo (12)

8 set 2021 - 17h43
(atualizado às 18h15)
Compartilhar
Exibir comentários
Manifestantes pedem a saída do presidente Jair Bolsonaro
Manifestantes pedem a saída do presidente Jair Bolsonaro
Foto: Roberto Sungi / Futura Press

Após as ameaças do presidente Jair Bolsonaro durante manifestações de São Paulo e Brasília no feriado da Independência, partidos de esquerda e centrais sindicais anunciaram presença no protesto pró-impeachment que vem sendo convocado por grupos de centro-direita, como o Vem Pra Rua, o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Livres para o próximo domingo (12).

Em nota assinada pelo presidente do PDT, Antonio Neto, o partido de Ciro Gomes afirmou nesta quarta-feira (8) que o partido participará do protesto marcado para ocorrer às 14 horas na Avenida Paulista.

"Se já não bastasse a incompetência generalizada na economia, na saúde, na educação, na assistência social e nas demais áreas, Bolsonaro e seu governo insistem em uma agenda reacionária, autoritária e golpista. Com ataques diários à democracia, às instituições e à Constituição, Bolsonaro segue cometendo dúzias de crimes de responsabilidade", diz o texto.

"É hora de unirmos forças da esquerda à direita pelo impeachment desse presidente tirano e incompetente. Todos aqueles que realmente querem a saída de Bolsonaro precisam estar juntos neste momento, sem cálculos eleitorais para 2022 e sem sectarismos oportunistas", afirma o presidente do partido, na nota.

Já a Força Sindical, a União Geral dos Trabalhadores (UGT), a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e a Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) divulgaram nota conjunta classificando como "deplorável" a participação do presidente na manifestação de 7 de Setembro e seus ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e as ameaças de desacato a decisões do ministro Alexandre de Moraes.

"É inquestionável que o objetivo do Presidente e de seus apoiadores é dividir a Nação, empurrar o país para a insegurança, o caos e a anarquia, resultado da reiterada incitação ao rompimento da legalidade institucional, do descumprimento dos preceitos contidos na nossa Constituição democrática", afirma a nota.

"Conclamamos todos os setores políticos democráticos, as organizações representativas da sociedade civil, o mundo da ciência e da cultura, os trabalhadores e suas entidades sindicais a cerrar fileiras em defesa da democracia e das instituições da República. A maioria da população tem pronunciado que não aceita os ataques do presidente às instituições constituídas", pedem as centrais sindicais.

Organização

O protesto de domingo está sendo organizado desde julho e deve ocorrer em São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Brasília. Os organizadores dos protestos avaliam que as falas do presidente serviram para estimular reações contrárias às ameaças de ruptura feitas pelo presidente, e dessa forma esperam mais adesões aos protestos de domingo.

A presença de grupos de esquerda vinha sendo uma das dúvidas com relação a esses atos. Até o momento, os partidos desse campo do espectro político não manifestaram apoio aos atos. Mas o discurso de radicalização proferido por Bolsonaro ontem pode ter mudado esse quadro.

"As ações de ontem repercutiram e acabaram reverberando na população que não compactua com esse governo, uma aderência à manifestação do 12", disse a advogada Luciana Alberto, do Vem Pra Rua. "Alguns espectros da esquerda mais democrática também estão procurando aderir, como essa recente declaração do PDT, que disse que irá comparecer", disse ela, referindo-se ao PDT, partido que passou a integrar a articulação pelo impeachment. "Estamos em um momento de ruptura e é importante que a população se posicione. Tudo leva a crer que Bolsonaro pode concretizar as ameaças que faz".

Segundo Luciana, entretanto, os organizadores dos protestos pretendem evitar que o ato pela queda de Bolsonaro seja também um ato por qualquer outra candidatura política. "Nunca rejeitamos a esquerda. O que chamamos a atenção é que alguns movimentos de esquerda defendem a candidatura de Lula. E acabam sendo manifestações que terminam em depredações. Esses dois pontos acabam tirando o foco do que é mais importante. O ato não é palanque de político algum, é para a defesa de uma causa maior", afirma Luciana.

A ativista do Vem Pra Rua afirma, por outro lado, que o eleitorado contra Bolsonaro ainda tem receio de aglomerações por causa da covid-19, o que poderia resultar em um ato com menos integrantes do que o ocorrido no domingo. Mas ela aponta que, nas redes sociais, o discurso de oposição ao presidente já é maioria.

O deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), do MBL destaca que a fala do presidente fortalece a necessidade de impeachment. "O presidente foi explícito em suas intenções: não sair do poder exceto 'morto ou preso', e descumprir as determinações judiciais do STF. Isso é gravíssimo e soma mais razões ao pedido de impeachment", afirmou.

Já o empresário João Amoedo, ex-candidato à Presidência pelo Novo destacou que será preciso realizar uma manifestação forte contra o presidente. "O dia 07 foi uma demonstração de força. Apesar do derretimento da sua base eleitoral, Bolsonaro ainda conta com uma massa de militantes dispostos a emparedar as instituições para lhe dar o poder de um ditador".

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade