Hacker da Vaza Jato afirma que Zambelli redigiu falso mandado de prisão contra Alexandre de Moraes
Walter Delgatti afirmou que recebeu o texto da parlamentar; documento foi inserido no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões da CNJ
O mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes foi redigido pela deputada Carla Zambelli (PL-SP), afirmou Walter Delgatti, o hacker da Vaza Jato, à Polícia Federal (PF), conforme informações do blog do jornalista Octavio Guedes.
Os investigadores descobriram a existência do falso mandado em 5 de janeiro deste ano. De acordo com a PF, o documento foi inserido no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Durante a oitiva à PF, o hacker contou detalhes sobre a criação da falsa ordem de detenção de Moraes. Delgatti disse que contou a Zambelli que tinha acesso ao sistema Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e que poderia emitir a ordem de prisão através da plataforma.
Segundo Delgatti, Zambelli redigiu o documento e enviou para que Delgatti o incluísse no sistema.
Em nota, Zambelli negou os fatos relatados por Delgatti à PF. Seu advogado, Daniel Bialski, informou que pedirá acesso à investigação.
Preso novamente
Após sua prisão em 2019, na Operação Spoofing, que investiga a invasão de contas de Telegram de autoridades, Delgatti recebeu autorização para responder em liberdade, também sujeito a algumas condições. Uma delas era a proibição de utilizar a internet de qualquer forma, incluindo aplicativos de mensagens.
No final de junho, Delgatti foi novamente detido depois de ser descoberto cuidando do site e das redes sociais da deputada federal Carla Zambelli. Ele realizava compras online e usava um e-mail como chave Pix para receber doações.
Além disso, ele não foi encontrado nos endereços que havia informado à Justiça, violando a condição de não se mudar sem autorização.
Soltura
A Justiça de Brasília concedeu autorização para a soltura do hacker Walter Delgatti Neto, conhecido como "hacker da Vaza Jato". Ele foi preso pela Polícia Federal após invadir contas no Telegram e divulgar mensagens de procuradores da extinta força-tarefa da Operação Lava Jato em 2019.
A decisão de soltura de Walter Delgatti Neto inclui algumas condições, como o uso de tornozeleira eletrônica, a obrigação de apresentar relatórios mensais sobre suas atividades na internet, além de notificar a polícia caso deixe São Paulo, onde estabelecerá sua residência.
De acordo com o advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira, o "restabelecimento da liberdade provisória" e a "autorização para acesso à rede mundial de computadores" dá cumprimento ao contido na Constituição, ou seja, o direito ao trabalho.