Hacker prometeu Lula livre e fim da Lava Jato, diz revista
Reportagem da revista Veja teve acesso às conversas de Walter Delgatti Neto com Manuela D'Ávila
Invasor confesso dos celulares do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, de membros da força-tarefa da Operação Lava Jato e de outras autoridades, Walter Delgatti Neto teria prometido à ex-deputada Manuela D'Ávila (PCdoB) a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o fim da Lava Jato. As informações são da revista Veja, que teve acesso às conversas que estão anexadas no inquérito. A ex-parlamentar confirmou que foi a responsável por apresentar o hacker ao jornalista Glenn Greenwald, que publicou as conversas.
De acordo com as conversas obtidas pela reportagem, Delgatti Neto abordou a candidata a vice-presidência na chapa de Fernando Haddad pelo próprio Telegram, ao se comunicar com ela através do aplicativo do senador Cid Gomes (PDT-CE), irmão de Ciro Gomes, também candidato nas eleições do ano passado. "Olha, eu não sou o Cid. Eu entrei no telegram dele e no seu. Mas eu tenho uma coisa que muda o Brasil hoje. E preciso contar com você", escreveu o hacker.
Após mandar imagens de conversas privadas da própria Manuela, Delgatti falou sobre as outras invasões. “Eu entrei no Telegram de todos membros da força tarefa da Lava Jato. Peguei todos os arquivos. Dá para soltar Lula hoje. Derrubar o MPF”, escreveu o hacker, que ainda disse ter também conversas dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso.
De acordo com Delgatti, Cármen Lúcia teria feito piada com a morte de um sobrinho de Lula. O ex-presidente perdeu um sobinho, Marcelo Rúbio Lima Gomes, em 2016. Mas recentemente, morreram um irmão de Lula, Genival Inácio da Silva, e um neto do petista, Arthur Araújo Lula da Silva, que tinha 7 anos. A manifestação da colega teria feito Rosa Weber deixar o grupo dos ministros De acordo com o inquérito.
Preso pela Operação Spoofing em julho, Walter Delgatti Neto, conhecido como 'Vermelho", confessou ter invadido os celulares de diversas autoridades do País, entre elas, o ministro Sergio Moro. As conversas obtidas pelo hacker foram encaminhadas ao jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept e se transformaram em uma série de reportagens batizadas de "Vaza Jato".