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Política

MP-SP denuncia Haddad por corrupção e lavagem de dinheiro

4 set 2018 - 11h55
(atualizado às 19h05)
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O Ministério Público do Estado de São Paulo apresentou denúncia contra o candidato a vice-presidente pelo PT, Fernando Haddad, por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa pelo recebimento de 2,6 milhões de reais de propina da empreiteira UTC Engenharia para pagamento de dívida contraída durante a campanha eleitoral à prefeitura da capital paulista em 2012, informou o MPSP nesta terça-feira.

Haddad, provável substituto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cabeça da chapa presidencial do PT após o ex-presidente ter sido barrado da disputa na semana passada, já havia sido acusado pelo MP de improbidade administrativa e enriquecimento ilícito, além de ser alvo de uma denúncia feita à Justiça Eleitoral com base no mesmo caso.

Segundo o MP, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto pediu ao então presidente da UTC, Ricardo Pessoa, que fizesse o pagamento da dívida da campanha de Haddad com gráficas no valor de 2,6 milhões de reais, em troca de um eventual favorecimento à empreiteira por parte da administração municipal.

Haddad rejeita a acusação e alega que Pessoa, cuja delação ajuda a sustentar a ação do Ministério Público, está mentindo. Segundo ele, há um componente eleitoral por trás das ações do MP a poucas semanas da eleição presidencial de outubro.

Candidato a vice-presidente pelo PT, Fernando Haddad
27/08/2018
REUTERS/Rodolfo Buhrer
Candidato a vice-presidente pelo PT, Fernando Haddad 27/08/2018 REUTERS/Rodolfo Buhrer
Foto: Fernando Haddad / Reuters

"Surpreende que no período eleitoral, uma narrativa do empresário Ricardo Pessoa, da UTC, sem qualquer prova, fundamente três ações propostas pelo Ministério Público de São Paulo contra o ex-prefeito e candidato a vice-presidente da República, Fernando Haddad. É notório que o empresário já teve sua delação rejeitada em quase uma dezena de casos e que ele conta suas histórias de acordo com seus interesses", disse a assessoria de imprensa do candidato em nota nesta terça-feira.

O promotor de Justiça à frente da denúncia, Marcelo Mendroni, afirmou que o inquérito da Polícia Federal não confirma se houve favorecimento para a UTC, mas que isso não é necessário, uma vez que apenas a perspectiva de uma contrapartida já consuma o crime de corrupção.

Embora o inquérito não apresente prova que demonstre um pedido explícito de Fernando Haddad de dinheiro para pagamento da dívida, o Ministério Público entende que isso é óbvio.

"Não chamaria isso de suposição, diria que é uma matemática jurídica", explicou o promotor a jornalistas em São Paulo.

Vaccari e Pessoa, que já foram condenados em ações de corrupção no âmbito da operação Lava Jato, também foram denunciados pelo MP paulista, assim como o doleiro Alberto Youssef e o ex-deputado estadual pelo PT Francisco Carlos de Souza.

Na semana passada, quando foi apresentada a denúncia por improbidade administrativa, o ex-prefeito disse que contrariou interesses de Pessoa.

"No meu caso ele tinha razão para mentir", disse Haddad. "Eu cancelei com 44 dias (de mandato) uma obra milionária da UTC e Odebrecht... Porque eu cancelei? Porque meu secretário me disse que a obra estava superfaturada."

O candidato a vice-presidente também questionou o fato de ser alvo de reiteradas denúncias neste momento.

"A gente fica pensando o que está por trás disso", disse. "Durante 24 anos o PSDB atua em São Paulo, tem escândalo em todo canto, não tem nada ali que pare em pé e não há nada, nenhum procedimento."

O promotor disse que o oferecimento da denúncia em período eleitoral foi coincidência, uma vez que estão sendo seguidos os prazos determinados. A Polícia Federal enviou o inquérito ao MP em julho de 2018, embora o Supremo Tribunal Federal tenha mandado o caso para São Paulo em 2015, disse.

Haddad provavelmente vai substituir Lula na cabeça de chapa do PT depois que o ex-presidente foi barrado da corrida ao Palácio do Planalto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa.

O ex-presidente, que está preso em Curitiba desde abril cumprindo pena por condenação em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP), lidera as pesquisas de intenção de voto.

Na ação de improbidade administrativa, o MP pediu suspensão dos direitos políticos de Haddad de oito a 10 anos, entre outras punições.

Em nota, a UTC e seu acionista informam que "sempre colaboraram, colaboram e continuarão a colaborar com as autoridades responsáveis pelas investigações, processos administrativos e judiciais relacionados.

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