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Política

Haddad é o responsável pela aproximação entre Lula e Alckmin

Ex-prefeito afirmou que levou ideia para Lula com o objetivo de impedir repetição do sentimento antipetista das eleições de 2018

30 dez 2021 - 13h36
(atualizado às 13h57)
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O ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT) disse que foi o responsável pela aproximação entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, antigos rivais políticos. A declaração ocorreu nesta terça-feira,28, em entrevista à Rádio Bandeirantes. Segundo o candidato petista à Presidência da República em 2018, a sugestão de aliança se deveu à sua experiência nas eleições daquele ano, quando o sentimento antipetista foi determinante na vitória de Jair Bolsonaro.

Alckmin é um dos principais cotados para ser vice de Lula nas eleições de 2022. 
Alckmin é um dos principais cotados para ser vice de Lula nas eleições de 2022.
Foto: Ricardo Stucker/Divulgação / Estadão

"Tudo começou com uma conversa minha com o Lula em que eu dizia: presidente, vamos começar a eleição pelo segundo turno. Se eu tivesse tido o apoio do PSDB e do PDT no segundo turno de 2018, esse desastre que está acontecendo no Brasil, com a eleição de uma pessoa completamente despreparada para governar o País, não estaria acontecendo. Eu vivi na pele o que é um segundo turno mal arrumado. O PSDB e o PDT não podiam ter feito o que fizeram sabendo quem era o Bolsonaro".

De acordo com Haddad, esta tese apresentada a Lula foi o ponto de partida para uma série de reuniões com lideranças situadas em campos políticos antagônicos ao PT. Os encontros teriam culminado na aliança com Alckmin, que deixou o PSDB, sigla da qual é fundador, no último dia 15. Um dos possíveis destinos é o PSB, pelo qual poderia concorrer como vice na chapa de Lula à Presidência em uma aliança partidária.

"Vamos começar pelo segundo turno. Vamos começar conversando com as pessoas que não nos apoiaram no segundo turno, porque as pessoas que nos apoiaram a gente vão estar na sua candidatura. Nós temos que trabalhar quem não esteve comigo no segundo turno. Foi aí que começou o encontro com o Fernando Henrique, com Tasso Jereissati, com o Kassab, inclusive com o Alckmin. Aí começou a surgir uma aproximação a partir de uma discussão de segundo turno."

Haddad se queixou da atitude dos governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e de São Paulo, João Doria, e do candidato derrotado ao governo de Minas Gerais Antonio Anastasia em 2018, quando declararam apoio a Bolsonaro no segundo turno. Os tucanos, segundo ele, "não podiam ter feito o que fizeram sabendo quem era o Bolsonaro". O ex-prefeito de São Paulo também mencionou, sem citar nomes, figuras do PDT em sua crítica.

Ao justificar a aliança entre Alckmin e Lula, que já fizeram duros ataques um ao outro ao longo do período em que estiveram em lados opostos, Haddad defendeu o diálogo em prol de uma união contra o bolsonarismo.

"Independentemente do acordo de primeiro turno, eu acho que foi ótimo eles terem começado a conversar agora sobre o futuro do Brasil. No Brasil, você tem três turnos. Tem o primeiro, o segundo e depois tem o terceiro, que é governar, que não é simples. Se o diálogo está sendo promovido para o bem do País, como alguém pode objetar o diálogo?"

Estadão
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