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Política

Haddad usa gestão de Marta Suplicy para pedir votos na periferia de São Paulo

19 set 2018 - 16h28
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Visitando uma região que já foi reduto petista mas que deu vitória a João Doria (PSDB) em 2016, o ex-prefeito e candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, usou a gestão de Marta Suplicy em São Paulo para pedir votos na corrida ao Planalto.

Em discurso para militantes em São Mateus, na região leste da capital paulista, Haddad fez referências a programas de Marta sem citar o nome da ex-prefeita, que hoje é senadora e saiu do MDB após ter migrado da legenda petista.

"Quem trouxe benefícios para a zona leste foram os governos do PT, os CEUs são do PT, o bilhete único é do PT, as faixas de ônibus são do PT", discursou Haddad, ao lado do candidato ao Senado Jilmar Tatto, ex-secretário da gestão de Marta. "São coisas que são marcas da nossa gestão porque são marcas da periferia", afirmou o presidenciável.

Além disso, Haddad usou o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para reforçar seu discurso de campanha. Tanto em São Mateus como em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, o petista usou uma camiseta com a caricatura do ex-presidente embaixo de uma camisa rosa, se apresentou como o candidato de Lula e falou de programas educacionais e sociais do governo de seu padrinho político.

Bolsonaro

Em suas falas, Haddad evitou criticar adversários diretamente e disse que estava adotando uma campanha sem provocações, mas coube a aliados concentrar os ataques a Jair Bolsonaro (PSL), líder nas pesquisas de intenção de voto para o primeiro turno da disputa.

Até pechas que eram antes coladas em Geraldo Alckmin (PSDB) foram hoje vinculadas à imagem de Bolsonaro. No discurso do deputado estadual e candidato à reeleição José Américo (PT-SP), por exemplo, o candidato de Temer agora é o presidenciável do PSL.

"Bolsonaro vem para promulgar toda a exploração do povo brasileiro e é por isso que o mercado financeiro está fechado com Bolsonaro", disse Américo em Guarulhos.

A vereadora da capital paulista Juliana Cardoso, candidata a deputada federal, discursou em São Mateus afirmando que os eleitores não podem deixar "esse cara" ficar em primeiro lugar na eleição presidencial. Outro que focou as críticas contra Bolsonaro foi o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas. "Agora é a disputa da democracia contra a barbárie."

Reservadamente, petistas aliados a Fernando Haddad consideram que, embora um segundo turno entre o petista e Jair Bolsonaro pareça definido, o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin (PSDB), pode recuperar forças na reta final da disputa, como ocorreu com Aécio Neves (PSDB) na última semana de campanha antes do primeiro turno em 2014, quando o tucano superou Marina Silva (Rede) e foi para a segunda etapa.

Estadão
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