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Política

Huck: "Se a gente não fizer nada, este País vai implodir"

Em evento a empresários, apresentador afirma que desigualdade social no Brasil é "inaceitável"

9 set 2019 - 21h28
(atualizado às 22h14)
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Apontado como peça central de um movimento do centro 'liberal e progressista' para as eleições presidenciais de 2022, o apresentador Luciano Huck afirmou nesta segunda-feira que há uma agenda econômica eficiente em andamento, mas disse, a uma plateia de executivos e investidores, que algo é preciso ser feito para a área social.

"Todos aqui (na plateia do evento) somos privilegiados, mas se a gente não fizer nada, este País vai implodir. O abismo social é gigantesco, a desigualdade social é enorme, é inaceitável", disse em um evento promovido pela revista Exame.

Luciano Huck.
Luciano Huck.
Foto: Marcello Fim / O Fotográfico / Estadão

De acordo com Huck, é preciso discutir a mobilidade social no País, que "deixou de existir". "Nós precisamos discutir seriamente mobilidade social no Brasil. O Brasil já teve mobilidade social, não tem mais. Se você nascer pobre numa favela, a chance de morrer pobre numa favela é enorme", disse.

Ele também criticou a forma como as políticas públicas são desenhadas, sem ouvir a parcela mais pobre. "Não vamos resolver desigualdade com um monte de gente branca e rica sentada na Faria Lima", disse. Também afirmou que é necessário investir mais em educação, apesar de "educação não dar voto".

Como mostrou o Estado semana passada, a defesa de uma agenda liberal na economia e, ao mesmo tempo, "progressista" na área social vem sendo reiterada por nomes como o economista e ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga e líderes políticos como o ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung (sem partido) e o presidente do Cidadania, Roberto Freire.

Huck recuou apelos para concorrer ao Planato em 2018

Esta articulação vê Huck como opção para 2022 - o empresário recuou dos apelos para entrar na corrida pelo Planalto em 2018.

Em quase uma hora de um discurso com forte peso social, Huck não se comprometeu em concorrer à Presidência em 2022, mas, por diversas vezes, disse que está fora de sua zona de conforto e que quer "contribuir como for possível" para o País.

"Eu quero ser um cidadão cada vez mais ativo, contribuir como for possível para tornar o País mais eficiente", disse, completando: "Eu poderia continuar sendo um peixinho dourado lá no aquário, protegido pelos muros do Projac, sendo alimentado com fartura, fazer o que faço tranquilo - e gosto. Ou poderia me jogar no oceano e tentar contribuir para que Brasil seja um País melhor".

Questionado, Huck disse não se arrepender dos movimentos feitos durante as eleições de 2018, mas ponderou que um "tsunami político" atingiu o seu dia a dia. Para ele, o movimento de renovação da política "saiu mais forte desse (último) ciclo eleitoral".

Huck diz que não convive bem com polarização: 'Não sou o cara do grito'

O apresentador destacou sua participação no RenovaBR e do movimento Agora!, que propõem uma renovação política, e disse ter considerado os movimentos civis uma forma "mais inteligente" de contribuir para o País.

Huck defendeu a alternância de poderes e afirmou que o país tem vivido "soluços" na política nos últimos anos. Ele evitou citar o presidente Jair Bolsonaro, que fez provocações ao apresentador nas últimas semanas. Lateralmente, afirmou apenas que não convive bem com a polarização.

"A construção das minhas ideias é tentando diálogo, conciliação. Não fui treinado no ringue da luta livre, não convivo bem com polarização, não sou o cara do grito, de falar alto. Não considero quem pensa diferente de mim meu inimigo", insinuou.

Apesar de ter dito várias vezes que não tem, com a agenda dos movimentos que faz parte, um projeto "de poder ou eleitoral", Huck lembra o tempo todo o país que tem em mente: "Acredito no sonho de um país maior, mais eficiente e afetivo em relação às pessoas", disse.

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