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Política

'Imbrochável assinou po*** do decreto?', questionou preso por 'Abin paralela'

Em troca de mensagens de dezembro de 2022, policial federal perguntou a subordinado se Bolsonaro já havia assinado decreto de intervenção

11 jul 2024 - 16h29
(atualizado às 17h50)
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Jair Bolsonaro (PL)
Jair Bolsonaro (PL)
Foto: Isac Nóbrega/Presidência da República

Uma troca de mensagens obtida pela Polícia Federal mostra dois dos investigados no caso da "Abin paralela" durante uma conversa em que um deles questiona se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) havia assinado um suposto decreto de intervenção

Na troca de mensagens, datada de 21 de dezembro de 2022, o policial federal Marcelo de Araújo Bormevet, atuando na Presidência da República, questionou seu subordinado, Giancarlo Gomes Rodrigues, militar do Exército que estava a exercício da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), sobre a possibilidade do então presidente Jair Bolsonaro assinar o decreto de intervenção.

Confira a troca de mensagens obtida pela PF:

  • Bormevet: “O Nosso PR imbrochável já assinou a porra do decreto?”
  • Giancarlo: “Assinou nada. Tá foda essa espera, se é que vai ter alguma coisa”
  • Bormevet: “Tem dia que eu acredito que terá, tem dia que não”

O diálogo faz parte do processo que investiga as atividades ilegais da "Abin paralela", obtido pelo Terra nesta quinta-feira, 11. 

Tanto Bormevet, quanto Giancarlo foram presos durante a 4ª fase da Operação Última Milha, deflagrada pela PF com o objetivo de desarticular organização criminosa suspeita de fazer monitoramento ilegal de autoridades públicas e de produzir notícias falsas, utilizando-se de sistemas da Abin.

Segundo a PF, a estrutura criminosa era composta por policiais federais cedidos à Abin e por oficiais de inteligência que aderiram às práticas ilícitas. No centro dessa organização estava a chamada "Estrutura-paralela", comandada por Alexandre Ramagem Rodrigues, então diretor-geral da Abin.

Essa estrutura utilizou uma tecnologia de espionagem, chamada de First Mile e desenvolvida pela empresa israelense Cognyte (ex-Verint), conforme revelado em março pelo jornal O Globo. 

As ações da "Estrutura-paralela" incluíram a difusão de notícias falsas contra opositores e ataques às instituições, como o Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso Nacional e Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

A PF revelou que a organização criminosa estava infiltrada na Abin, operando para obter vantagens para o núcleo político, produzindo desinformação e atacando adversários e instituições. Essa desinformação era propagada por meio de perfis e grupos controlados por servidores da Abin.

Os diálogos encontrados pela Polícia Federal também apontam a forma de divulgação dos conteúdos ilícitos obtidos pela "Estrutura-paralela". Segundo as investigações, o material reunido era repassado a vetores de propagação em redes sociais, como perfis falsos e perfis cooptados, que formavam o núcleo de milícias digitais da organização criminosa.

De acordo com os investigadores, até hoje, observa-se, diariamente, pelas mais variadas mídias, ataques diretos às instituições como o STF, Congresso Nacional e parlamentares, utilizando o mesmo modus operandi que foi usado pelos integrantes da organização criminosa.

Operação Última Milha

Nesta quinta-feira, a Polícia Federal deflagrou a 4ª fase da Operação Última Milha, que tem entre os alvos ex-servidores cedidos para a Abin e influenciadores digitais que trabalhavam no chamado "gabinete do ódio" do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com informações do colunista do Terra Guilherme Mazieiro, quatro pessoas já foram presas nesta nova fase da operação: Giancarlo Gomes Rodrigues; Matheus Sposito, ex-assessor da Secretaria de Comunicação Social (Secom) na gestão anterior; Marcelo de Araújo Bormevet; e Richards Dyer Pozzer.

Conforme levantado pelo jornal O Globo, Marcelo Araújo Bormevet, um dos alvos da 4ª fase da operação, é agente da Polícia Federal desde 2005 e integrou a equipe de segurança do ex-presidente Jair Bolsonaro durante a campanha de 2018. Ganhou a confiança do ex-presidente e do delegado Alexandre Ramagem, que o nomeou chefe do Centro de Inteligência Nacional (CIN) da Abin.

Durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Bormevet foi assessor na Subchefia Adjunta de Infraestrutura da Casa Civil, cargo do qual foi afastado por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, em janeiro deste ano.

Matheus Sposito, também preso, foi assessor da Secom no governo Bolsonaro e investigado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19 por suposta participação em um 'gabinete paralelo' que promovia o uso de medicamentos sem eficácia comprovada.

Já o militar Giancarlo Gomes Rodrigues, no período em que o grupo criminoso atuava, trabalhava como assessor do então diretor da Abin, Alexandre Ramagem. O quarto alvo, Richards Dyer Pozzer, é um empresário que já foi investigado pela CPI da covid por produção de notícias falsas e distribuição de fake news em redes sociais.

Fonte: Redação Terra
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