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Artistas ocupam vão livre do Masp "em defesa da democracia"

30 mar 2016 - 17h17
(atualizado às 17h19)
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Foto: J. Duran Machfee / Futura Press

Com música, dança e poesia, diversos artistas ocupam na tarde de hoje (30) o vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na capital paulista, para defender a democracia. Uma grande bandeira branca, com a mensagem Arte pela Democracia, foi pintada no local. Em um grande círculo, eles dançaram segurando a bandeira e depois a estenderam no chão, onde os artistas aproveitaram para fazer suas performances.

Diversas apresentações musicais e performances ocorrem neste momento no vão livre do museu. Um dos primeiros artistas a se apresentar no pequeno palco montado no local foi o cantor Chico César.

“A classe artística, a arte e a cultura trazem um elemento de subjetividade que é inerente a todas as pessoas que se vestem com camisas de quaisquer cores. Todos temos nossas subjetividades, nossas paixões. Esses elementos se unem. É importante ter uma visão dessa luta, que é de todos nós pela democracia. O perigo e o risco de um rompimento institucional agora é muito grande. Nossa democracia é jovem e todos temos de lutar pela manutenção dela”, disse Chico César em entrevista a jornalistas.

“É preciso respeitar o voto e as instituições. Aqueles que não tiveram votos suficientes para conquistar a Presidência da República se conformem com isso, respeitem o resultado das urnas e aguardem as próximas eleições”, acrescentou o músico.

De acordo com Chico César, existe um golpe em curso contra a presidenta Dilma Rousseff. “Existe um golpe e é um golpe baixo. Um golpe dos homens mais sujos contra a única mulher limpa que está lá e foi escolhida pelo povo”.

Cantor Chico César
Cantor Chico César
Foto: J. Duran Machfee / Futura Press

O ator Celso Frastechi também esteve presente ao ato e ajudou a segurar a bandeira. Segundo ele, é preciso que os artistas se unam pela democracia. “É fundamental. Estamos nos manifestando de maneira muito interessante, com grandes artistas, os globais e os da periferia. A história agora não é outra senão garantir o mínimo do estado de direito, o mínimo para a democracia. É isso que une todos nós. Estamos nos reunindo já há algumas semanas e vamos continuar com essas ações”, acrescentou Frastechi.

Para o ator, “o golpe está dado”. “O golpe não está em curso. Está dado. E de forma muito violenta, muito inconsequente e quebrando todas as pontes que podem ligar uma unidade nacional”, destacou Frateschi.

A atriz Juliana Gontijo, que se apresenta como a palhaça Juca Pinduca, disse ter ido ao ato como forma de resistência. “Estou aqui hoje porque é muito importante que a gente resista e que esse golpe não aconteça, porque temos pouco tempo de história de democracia no país e não podemos abrir mão disso assim tão fácil”, afirmou.

Juliana informou que nasceu em março de 1964, pouco antes do golpe militar no país. “Nasci no dia 21 de março de 1964, antes da hora, porque meu pai estava depondo no Dops de Belo Horizonte. E me ameaçavam na maternidade. Eu não quero que isso nunca mais aconteça com ninguém. Que nenhum pai receba um telefonema ameaçando a vida de seu filho para que ele aja da forma como as pessoas querem que ele aja”.

Segundo os organizadores, o ato deve durar até o início da noite, quando os artistas deverão segurar a bandeira novamente e levá-la pela Avenida Paulista.

Foto: J. Duran Machfee / Futura Press
Agência Brasil Agência Brasil
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