A presidente afastada Dilma Rousseff reforçou nesta segunda-feira diante do Senado que, se tiver seu mandato cassado, deveriam ser convocadas novas eleições para devolver ao país um "governo legítimo".
Na sessão convocada para a apresentação de suas alegações finais perante o plenário do Senado, constituído em tribunal, Dilma insistiu que se for retirada do poder "se terá presenciado uma eleição indireta", nas quais os 81 senadores "substituem os 110 milhões de eleitores".
O julgamento político se aproxima de seu final e o Senado deverá tomar uma decisão definitiva sobre a eventual cassação da presidente nesta própria terça-feira ou no mais tardar amanhã, segundo as previsões da própria câmara legislativa.
"Acredito sinceramente que, se houver uma decisão que autorize minha destituição sem que se tenha comprovado um crime, estaremos diante de um golpe de Estado e também de uma eleição indireta", disse Dilma na fase de perguntas dos senadores.
Segundo a presidente afastada, uma eleição indireta "representa um retrocesso em relação a práticas que o país superou após a ditadura" e representaria "um pacto político" sem o "consentimento" da população.
"Defendo que, nesse caso, o único pacto possível seja tecido com todos os brasileiros, que devem ser chamados a posicionar-se sobre uma eleição direta antecipada e uma reforma política", completou.
Senadores celebram e tiram fotos com seus celulares do placar no momento em que a votação pela cassação de Dilma Rousseff teve resultado anunciad
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Placar do Senado Federal exibe como cada senador votou no processo de impeachment de Dilma Rousseff
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
O presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, anuncia o resultado da votação no Senado Federal a favor da cassação de Dilma Rousseff da Presidência da República
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Os juristas Janaína Paschoal e Miguel Reale Júnior, autores da peça de denúncia que motivou o processo de impeachment de Dilma Rousseff, observam a votação no Senado Federal
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Painel do Senado Federal exibe o texto do primeiro item da votação, relativo à aprovação ou não do afastamento definitivo de Dilma Rousseff da Presidência da República
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) fez um discurso inflamado a favor do impeachment de Dilma Rousseff
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado Federal, discursa na sessão do processo de impeachment
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) foi ao plenário do Senado Federal discursar em defesa de Dilma Rousseff
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Por decisão do Senado Federal, Dilma Rousseff foi afastada definitivamente da Presidência da República na tarde desta quarta-feira (31) no último capítulo do julgamento de impeachment
Foto: Getty Images
Bar na região da avenida Paulista
Foto: J. Duran Machfee / Futura Press
Grupo comemora na avenida Paulista, em São Paulio, a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff no Senado Federal
Foto: EFE
Grupo comemora na avenida Paulista, em São Paulio, a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff no Senado Federal
Foto: EFE
Pedestre cruza a avenida Paulista, em São Paulo, com a bandeira do Brasil no momento em que o Senado Federal votava o impeachment de Dilma Rousseff
Foto: EFE
Grupo comemora na avenida Paulista, em São Paulio, a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff no Senado Federal
Foto: J. Duran Machfee / Futura Press
Senadores e convidados ouvem os questionamentos feitos à presidente afastada Dilma Rousseff no processo de impeachment no Senado Federal
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
A presidente afastada Dilma Rousseff ao lado de José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça e seu advogado no processo de impeachment
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
A presidente afastada Dilma Rousseff responde, do plenário, aos questionamentos de senadores
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) faz uma pergunta à presidente afastada Dilma Rousseff
Foto: Pedro França/Agência Senado
A presidente afastada Dilma Rousseff discursa no Senado Federal em sua defesa no processo de impeachment
Foto: EFE
A presidente afastada Dilma Rousseff caminha para o plenário do Senado Federal para discursar em sua defesa no processo de impeachment
Foto: EFE
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que também preside o processo de impeachment no Senado Federal, recebe a presidente afastada Dilma Rousseff
Foto: EFE
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanha à sessão do Senado Federal de defesa da presidente afastada Dilma Rousseff no processo de impeachment
Foto: EFE
O cantor Chico Buarque, que vem demonstrando apoio à presidente afastada Dilma Rousseff, assiste à sessão do Senado Federal do processo de impeachment
Foto: Agência Senado
Os senadores Eduardo Amorim (PSC-SE), Fernando Collor (PTC-AL) e Aécio Neves (PSDB-MG) conversam antes da sessão do Senado Federal do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff
Foto: Agência Senado
A presidente afastada Dilma Rousseff caminha em direção ao Senado Federal para realizar sua defesa no processo de impeachment
Foto: Agência Senado
Senado Federal fica lotado para acompanhar a defesa da presidente afastada Dilma Rousseff no processo de impeachmento
Foto: EFE
Grupos anti-impeachment ocupam área na frente do Senado Federal
Foto: EFE
Grupos anti-impeachment ocupam área na frente do Senado Federal
Foto: EFE
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), que foi adversário de Dilma Rousseff na última eleição presidencial, dá entrevista antes da sessão do Senado Federal do processo de impeachment
Foto: Agência Senado
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Dilma reiterou assim uma proposta que apresentou há 15 dias, quando se comprometeu a promover, se for absolvida e recuperar o poder, um plebiscito para antecipar as eleições previstas para outubro de 2018 e para que a sociedade se manifeste sobre uma reforma política.
Segundo Dilma, essa reforma é "urgente", pois "será muito difícil que os presidentes que virão no futuro mantenham a governabilidade em um país com 35 partidos políticos".
Na fase de perguntas que podem formular cada um dos 81 senadores, a governante afastada também confirmou que, como sustenta sua defesa desde o início do processo, poderá apelar ao Supremo Tribunal Federal (STF) se perder seu mandato.
"Se me considerem culpada sem ter provado o crime, será um contundente golpe, um golpe integral", declarou Dilma, que reiterou que se não apelou ainda ao STF foi em "respeito ao Senado" e por sua "confiança na Justiça".