Dia de protestos anti-governo é termômetro para impeachment
Manifestantes contrários ao governo federal voltam às ruas neste domingo para pressionar pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Há previsão de atos em cerca de cem cidades do país, incluindo todas as capitais.
A data foi escolhida a dedo pelos organizadores das manifestações - uma referência aos 13 anos de gestão do PT no Planalto e ao número do partido.
"No dia 13, vamos tirar o 13 do poder", era a inscrição na página do Facebook do grupo Revoltados Online, um dos organizadores dos atos. A página, desde o amanhecer, traz fotos de bonecos infláveis de Dilma e do ex-presidente Lula caracterizados como presidiários.
Segundo os organizadores, os protestos sincronizados foram marcados às pressas, logo após o acolhimento pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do pedido de impeachment contra a presidente.
A contraofensiva deve acontecer na próxima quarta-feira, dia 16, quando organizações sindicais e movimentos sociais pró-governo como MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) realizarão manifestações contra o impeachment.
Estratégia
Durante toda a semana, grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL) disseram não esperar protestos do porte dos anteriores, por força do tempo reduzido para mobilização.
Os últimos, realizados em 15 de março, 12 de abril e 16 de agosto, reuniram milhares de pessoas pelo país em cada edição.
Governo e oposição veem os atos como um primeiro termômetro das ruas diante do processo de impeachment. A quantidade de pessoas que forem às ruas neste domingo seria determinante para a estratégia do Planalto diante do pedido.
Na manhã deste domingo, grupos já se manifestavam vestindo camisetas verde-amarelas em pelo menos dez cidades. Em Brasília, a PM estimava a presença de 500 a 600 pessoas na Esplanada dos Ministérios - a organização falava em 2 mil.
Pelo menos sete carros de som devem passar pela avenida Paulista, onde o evento acontece em São Paulo.