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Impeachment

Impeachment pode fazer Brasil caminhar novamente, diz FHC

4 dez 2015 - 14h26
(atualizado às 17h14)
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Foto: Daniel Ramalho / Terra

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu nesta sexta-feira, em Lisboa, o uso do impeachment como "instrumento constitucional" e afirmou que o processo pode fazer o Brasil "caminhar novamente".

"O Brasil não pode ficar paralisado. E, no momento, ele está", disse o tucano à BBC Brasil. "Existe uma lógica em fazer o pedido de impeachment. (...) É um instrumento constitucional, e não há o que se discutir sobre isso", acrescentou o tucano. "O impeachment não deve ser nunca um objeto de desejo. Mas é um instrumento constitucional, é algo que acontece".

Dilma é alvo de um processo de afastamento iniciado na quarta-feira pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB). Ele acolheu um pedido apresentado por advogados, que acusam a petista de irregularidades fiscais e de corrupção por causa do escândalo da Petrobras.

Desde então, a presidente tem repetido que não cometeu nenhuma irregularidade passível de impeachment. Aliados impetraram ações no STF (Supremo Tribunal Federal) contestando a validade do processo deflagrado pelo peemedebista.

'Processo delicado'

Embora tenha dominado o noticiário nos últimos dias, a troca de acusações entre Dilma e Cunha não deve ser vista como mais importante que o processo de impeachment, avaliou FHC.

"Houve um jogo entre Cunha e a presidente, no qual ambos podem sair prejudicados. Mas isso não importa agora. O que importa é discutir se há ou não motivo para o impeachment", afirmou o tucano, que defendeu a competência dos responsáveis por formular o pedido – o jurista Hélio Bicudo, que já foi filiado ao PT, e os advogados Miguel Reale Junior e Janaína Paschoal.

"Impeachment é sempre um processo delicado, é preciso analisar se há fundamentos para ele, mas os advogados que o pediram são competentes", disse. "Depois, há a questão política, se a maioria estará disposta a votar a favor e, votando a favor, se há ou não razão para o impeachment", concluiu.

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