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Impeachment

Manifestações antigoverno acontecem em várias cidades do exterior

13 mar 2016 - 18h10
(atualizado às 19h17)
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Em Lisboa, manifestantes exaltam o juíz Sérgio Moro
Em Lisboa, manifestantes exaltam o juíz Sérgio Moro
Foto: Divulgação/BBC Brasil / BBC News Brasil

As manifestações contra a presidente Dilma Rousseff mobilizam brasileiros também fora do país: cerca de 23 cidades marcaram protestos para este domingo, segundo os organizadores do Vem Pra Rua. A BBC Brasil registrou os atos em Portugal, Estados Unidos, Japão e França.

Em Lisboa, cerca de 150 pessoas se reúnem no Largo Camões, em frente à Embaixada do Brasil, para pedir a saída da presidente e a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O juiz Sérgio Moro foi homenageado com cartazes e palavras de ordem.

A aposentada paulista Dulcina Gonçalves de Mendonça, de 80 anos, vive em Lisboa com a família há 11 anos e participou do protesto.

"Faz cerca de dois anos que o governo corta 25% da pensão de quem vive fora do Brasil. Estou recebendo 140 euros (R$ 570) por mês, ninguém consegue viver com isso. É um absurdo o que fazem com os aposentados. Só porque optamos por viver fora do país temos menos direito que os outros pensionistas?", diz.

Estados Unidos

Em Nova York, um grupo de brasileiros se reuniu na Times Square para protestar conta o governo.

Em Miami - cidade que reúne uma grande comunidade brasileira -, as manifestações estão marcadas para às 17h (horário de Brasília).

E cerca de 21 pessoas se reuniram em Austin, Texas, no Mercado Central da cidade, com bandeiras do Brasil enroladas e camisas da seleção.

Embora conte com uma comunidade brasileira estimada pelos próprios moradores em 10 mil pessoas, a manifestação foi esvaziada por conta do período de férias dos estudantes universitários - o spring break - e por cair no primeiro fim de semana do festival de música, tecnologia e cinema South by Southwest, que concentra as atenções locais.

"É importante frisar que este não é um protesto anti-PT, e sim uma manifestação a favor de mais prestações de contas dos políticos de todos os partidos à sociedade civil brasileira. Usamos os EUA, onde podemos exercer pressão direta sobre os nossos representantes, como exemplo. É possível uma outra relação com a política, mais cidadã", disse a professora Ana Caldas, 46 anos, há 17 nos EUA e 13 em Austin.

Em Austin, brasileiros se reuniram no Mercado Central
Em Austin, brasileiros se reuniram no Mercado Central
Foto: Eduardo Graça

Inglaterra

Em Londres, o protesto deste domingo reuniu cerca de 50 manifestantes protestam contra Dilma em frente à Embaixada do Brasil em Londres. O protesto começou por volta das 14h (11h de Brasília) e foi encerrado três horas depois.

Há 25 anos vivendo em Londres, a brasileira Marília Mesquita disse protestar contra o "comunismo do PT". Ela quer o impeachment de Dilma Rousseff e a prisão do ex-presidente Lula. "Meu passaporte brasileiro vai expirar e eu não quero um passaporte de um país comunista", diz ela.

França

Na capital francesa, cerca de 70 pessoas atenderam à convocação feita pelas mídias sociais e se reuniram em frente à embaixada brasileira. O evento começou ao som de músicas de Lobão e teve a presença de um miniboneco Pixuleco.

Japão

No Japão, a cantora Tsubasa ─ famosa nas redes sociais por gravar covers de música brasileira ─ postou um vídeo nesta semana em sua página do Facebook convocando os fãs a comparecer aos atos anti-Dilma deste domingo. Em três dias, o vídeo teve quase 300 mil visualizações, 5,7 mil compartilhamentos e gerou uma discussão acalorada entre os internautas.

Brasileira afirma não querer "comunismo do PT' em Londres
Brasileira afirma não querer "comunismo do PT' em Londres
Foto: Divulgação/BBC Brasil / BBC News Brasil

"Pra um lado ou pra outro, o que não pode acontecer é as pessoas ficarem paradas. Se todos ficarem estáticos, quem perde é o Brasil, e eu torço pelo Brasil", disse a japonesa.

Tsubasa disse que resolveu fazer o vídeo porque queria chamar a atenção das pessoas, em especial dos fãs, para "os problemas sociais, econômicos e para a corrupção que o Brasil vem sofrendo".

"Vou ao Brasil desde 2009 e aprendi a gostar do país como se fosse meu país de origem. Tenho um grande número de fãs no Brasil, e a vida deles é muito importante pra mim", justificou a cantora.

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