Dilma rebate Aécio: "não tenho cara de quem vai renunciar"
Presidente afirmou que não comenta vazamentos de informações
Dois dias depois do senador Aécio Neves (PSDB) sugerir a renúncia de Dilma Roussef como forma de saída para as crises política e econômica do País, a presidente deu a resposta e deixou claro que não deixará o cargo. Em entrevista concedida na tarde desta sexta-feira, a petista condenou a atitude do adversário e de toda a oposição.
"Ninguém tem o direito de pedir a renúncia de uma presidenta legitimamente eleita. Não sairei deste cargo sem que haja motivo para tal. Quem quer a minha renúncia tem que respeitar a Constituição. Solicitar a minha renúncia é reconhecer que não há base legal (para o impeachment)”, disse Dilma, após reunião com reitores dos institutos federais de Educação, Ciência e Tecnologia no Palácio do Planalto.
"Vocês acham que eu tenho cara de estar resignada e renunciar? Vocês acham que eu tenho gênio para me resignar e renunciar? Eu não estou resignada diante de nada e não tenho essa atitude diante da vida. Acho que essa onda de boatos não contribui e cria uma crise política negativa para a economia brasileira. Temos todas as condições de fazer a retomada. Pelo menos testemunhem que eu não tenho cara de quem vai renunciar”, afirmou a presidente.
A presidente também afirmou que é a favor de ter Luiz Inácio Lula da Silva no comando de algum dos ministérios. Segundo ela, Lula "daria uma enorme contribuição, uma imensa contribuição" a qualquer governo, mas não quis confirmar se realmente fez o convite a Lula.
Dilma também manifestou sua desaprovação com o pedido de prisão preventiva de Lula feito pelo Ministério Público de São Paulo, ao dizer que se trata de um "ato de injustiça e um absurdo". "É um absurdo, não tem base legal. O governo repudia em gênero, número e grau este ato contra o presidente Lula. Este é um momento de diálogo, calma e pacificação", disse a presidente.
Em relação ao posicionamento do Supremo Tribunal Federal contra a nomeação do novo ministro da Justiça, Wellington César de Lima, por violar a independência do MP e ferir preceitos definidos pela Constituição, Dilma foi bem clara: "decisão do STF a gente não acha, a gente cumpre".
Com informações de agências