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Impeachment

O que as últimas pesquisas revelam sobre apoio ao impeachment e a Temer?

11 mai 2016 - 16h14
(atualizado às 18h25)
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Caso Senado afaste Dilma, Temer assume interinamente até o julgamento final - quando pode ser confirmado no cargo
Caso Senado afaste Dilma, Temer assume interinamente até o julgamento final - quando pode ser confirmado no cargo
Foto: Senado Federal / BBC News Brasil

Se o Senado afastar a presidente Dilma Rousseff nesta quarta-feira, o vice-presidente Michel Temer assumirá interinamente sem o apoio da maioria da população, de acordo com as últimas pesquisas de opinião realizadas. Datafolha, Ibope e Vox Populi fizeram seus últimos levantamentos em abril. No momento, todos mostravam rejeição à ideia do vice na Presidência.

A pesquisa Datafolha mostra que 61% da população queria a saída de Dilma, mas que 58% defendiam também o impeachment do vice. O levantamento indica que o apoio ao impeachment de Dilma perdeu apoio de março para abril (foi de 68% para 61%) e que 33% dos brasileiros são contrários ao impeachment.

Já o Ibope traz um cenário ainda mais negativo para Temer: apenas 8% da população preferia a solução que está sendo adotada, com impeachment de Dilma e Michel Temer presidente. A opção da maioria para superar a crise política no país, segundo o instituto, era a saída dos dois do cargo e a realização de novas eleições (62%). Outros 25% queriam a permanência de Dilma. O Ibope não fez nenhum pesquisa com as mesmas perguntas antes, então não é possível saber se a rejeição a Temer vinha aumentando ou diminuindo.

O Vox Populi, por sua vez, mostra que 11% achavam que a melhor solução era Temer assumir o governo, enquanto 61% dos entrevistados preferiam novas eleições. Outros 21% desejavam que Dilma permanecesse na Presidência. A pesquisa foi encomendada pela CUT.

A pesquisa Datafolha mais recente é de 7 e 8 de abril; o levantamento do Ibope foi realizado em 14 e 18 de abril e o do Vox Populi, entre os dias 27 e 28 - foi a única realizada integralmente após a votação da Câmara dos Deputados, no dia 17 de abril.

Consultorias analisavam que uma virada na opinião pública seria uma das poucas possibilidade de Dilma reverter o quadro e escapar do impeachment.

Um boletim divulgado pela consultoria Eurasia Group após a votação na Câmara dizia que, apesar de "provável", a aprovação do impeachment pelo Senado não estava garantida e poderia ser influenciada por uma possível mudança no grau de apoio da opinião pública à saída de Dilma.

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Se o Senado aprovar a saída temporária de Dilma, Temer assume a Presidência de forma interina. O Senado tem então até 180 dias para tomar a decisão final - se Dilma sofrer impeachment, Temer assume , com mandato até 2018. Mas a rejeição a Temer mostra que ele precisará adotar medidas para tentar ganhar apoio da opinião pública se quiser governar com estabilidade.

Diversos analistas afirmam que a perda de apoio de Dilma - segundo o Datafolha, seu governo é avaliado como ruim ou péssimo por 63% dos brasileiros - foi um dos fatores que fortaleceram o processo de impeachment.

Dados das pesquisas:

Datafolha: levantamento realizado nos dias 7 e 8 de abril, com 2.779 entrevistas em 170 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Ibope: levantamento realizado entre os dias 14 e 18 de abril, com 2.002 entrevistas em 142 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Vox Populi/CUT: levantamento realizado nos dias 27 e 28 de abril, com 1.523 entrevistas em 97 municípios. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

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