Europeus: "pior escândalo da história" e "vingança" de Cunha
A abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff foi destacada pelos principais sites de notícias da Europa nesta quinta-feira (03/12).
No Reino Unido, o britânico The Guardian afirmou que "o debate sobre o impeachment soma-se a uma lista já longa de problemas para a presidente: o pior escândalo na história do país, níveis de popularidade que caíram para um dígito e uma recessão que continua piorando". Para o periódico, Dilma pode ter os votos necessários para permanecer no poder, mas "o acirramento do conflito entre duas das figuras mais poderosas do país piora uma perspectiva já sombria para o Brasil".
Na França, o diário Le Monde destaca que "a presidente do Brasil é alvo de um processo de destituição". O jornal afirma que “Eduardo Cunha não age em nome dos cidadãos descontentes, mas por vingança pessoal", e lembra que o presidente da Câmara dos Deputados está envolvido no escândalo de corrupção Petrobras, e que "a Justiça descobriu várias contas bancárias na Suíça, com milhões de dólares, das quais ele e sua família são beneficiários".
O jornal destaca ainda que o Brasil "está em plena recessão", e "a luta de poder entre o executivo e o legislativo retarda a resposta à recessão e tende à aprofundá-la e prolongá-la".
O El País, maior jornal da Espanha, relata a decisão de Cunha e a reação de Dilma, que compareceu de expressão séria na televisão para assegurar que as acusações são "inconsistentes", pediu "tranquilidade e confiança nas instituições" e acrescentou que está convencida de que o processo será separado. O jornal espanhol diz que a crise política tomou conta do Brasil e repercute numa economia já moribunda. "O clima de incerteza, tanto no exterior como dentro do país, se apodera de todas as instituições."
Na Alemanha, o site do jornal Die Welt noticia que "a presidente do Brasil está ameaçada de impeachment". Segundo o jornal, Dilma é acusada de desrespeitar leis fiscais e manipular as finanças públicas. O diário publica também a posição de Dilma, de que confia na democracia e nas instituições e de que não há contra ela nenhuma suspeita de desvio de dinheiro público.