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Política

"Indignação e tristeza", diz filha demitida por pai após criticar Bolsonaro

Brunna Letícia Venancio entrou na Justiça e deverá ser indenizada em R$ 20 mil por danos morais

10 ago 2022 - 10h47
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Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto
24/11/2021 REUTERS/Ueslei Marcelino
Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto 24/11/2021 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

A tatuadora Brunna Letícia Venancio, de 29 anos, entrou na Justiça contra o próprio pai após ser demitida por fazer críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) nas redes sociais e deverá ser indenizada em R$ 20 mil por danos morais. A decisão, estabelecida na última sexta-feira, 5, é do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região. 

"Entrei na Justiça com um misto de indignação, tristeza e decepção. Eu não queria chegar a esse extremo. Não é fácil processar o próprio pai", afirmou Brunna ao jornal O Globo.

"Eu acho que [a indenização] repara o dano. Ele me mandou áudios absurdos, me humilhando, falando coisas pesadas. Eu não poderia aceitar. Ele queria me chantagear com o emprego que eu tinha: 'Ou você apaga agora, ou você sabe que posso te punir'", explicou ainda a tatuadora sobre o motivo de ter processado o pai.

Segundo o veículo, a demissão dela foi motivada por uma publicação feita no dia 8 de setembro do ano passado sobre a manifestação feita por bolsonaristas no dia anterior. "Sou completamente contra esse desgoverno e esse ser humano horroroso, corrupto, mal caráter, fascista, nazista, imbecil, incapaz e medíocre", escreveu a jovem nas redes sociais.

O pai dela, que também era seu chefe na época, ficou incomodado com a postagem e enviou um áudio para a filha, que está transcrito na sentença: "Bom dia, Brunna. Antes de ter as suas exposições de ira e deboche em suas posições políticas, lembre em respeitar quem está do outro lado, não se esqueça que eu tenho posições antagônicas".

De acordo com O Globo, Brunna trabalhava como supervisora de cadastro e vendas na empresa Grupo Popular, onde seu pai é um dos sócios, e foi dispensada sem justa causa. A empresa negou que a demissão tivesse relação com as opiniões políticas da ex-funcionária.

Na decisão, no entanto, a juíza Camila Afonso de Novoa Cavalcanti entendeu que a conduta da empresa viola a legslação por promover discriminação por opinião política e citou o áudio enviado pelo pai da jovem. O Grupo Popular ainda pode recorrer.

Fonte: Redação Terra
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