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Política

Integrantes do PL se irritaram com nota de Braga Netto sobre Bolsonaro, diz jornal

No texto, Braga Netto enfatiza que se manteve leal a Bolsonaro, seu parceiro de chapa na campanha frustrada à reeleição de 2022

26 nov 2024 - 14h35
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O então presidente Jair Bolsonaro (PL) e o candidato a vice, Braga Netto (PL)
O então presidente Jair Bolsonaro (PL) e o candidato a vice, Braga Netto (PL)
Foto: Clauber Cleber Caetano/Presidência da República

Integrantes do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, demonstraram grande irritação após a divulgação de uma nota dos advogados do ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto, em resposta às acusações feitas pela Polícia Federal, que o implicam em uma trama golpista para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As informações foram divulgadas pelo blog de Malu Gaspar, do jornal O Globo.

O ponto de maior discórdia foi o fato de que a defesa de Braga Netto focou em refutar a acusação de um possível "golpe dentro do golpe", que envolveria até a derrubada de Bolsonaro para a implantação de um regime militar, em vez de negar o envolvimento em um golpe em si. Esse erro de foco foi visto como um deslize técnico por membros do PL.

No texto, Braga Netto enfatiza que se manteve leal a Bolsonaro, seu parceiro de chapa na campanha frustrada à reeleição de 2022. No entanto, em nenhum momento a nota nega expressamente qualquer envolvimento com um golpe.

“Não é hora de bajulação, é hora de defesa técnica e uma gestão de crise profissional”, afirmou um integrante do PL ao blog.

A Polícia Federal, durante as investigações, apontou que Braga Netto e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, planejavam liderar um "gabinete de crise" após o assassinato de Lula, Alckmin e o ministro do STF, Alexandre de Moraes.

A descoberta de que Braga Netto estaria à frente desse gabinete gerou preocupações tanto entre os investigadores quanto entre figuras do bolsonarismo, que temem que ele pudesse, após o golpe, tomar o poder e afastar Bolsonaro.

O fato de a nota do ex-ministro não ter sido previamente discutida com o entorno de Bolsonaro ou com lideranças do PL gerou ainda mais desconforto. Isso, segundo membros do partido, representou uma falha grave na estratégia de comunicação, especialmente dado o momento delicado da situação.

Por determinação de Alexandre de Moraes, Braga Netto está proibido de manter contato com Bolsonaro e com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, embora seus auxiliares possam conversar com essas lideranças para tentar alinhar a linha de defesa.

Na última semana, Bolsonaro, Braga Netto e outras 35 pessoas, incluindo militares, foram indiciados pela Polícia Federal por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa. A defesa de Braga Netto não se manifestou quando procurada pelo jornal O Globo.

Segundo a PF, a reunião de 12 de novembro de 2022 que aconteceu na casa do ex-ministro e discutiu um atentado contra Lula, Alckmin e Moraes, ocorreu a apenas 350 metros do local onde o ministro do STF mora, em Brasília. Na época, Braga Netto vivia em um condomínio funcional do Ministério da Defesa, na mesma quadra que outros generais do governo Bolsonaro, como Paulo Sérgio Nogueira e Luiz Eduardo Ramos.

Fonte: Redação Terra
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