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Política

Investigação da PF aponta que Bolsonaro recebeu informações da 'Abin paralela', diz site

Indícios mostram que ex-presidente teria recebido informações de esquema de espionagem ilegal

2 fev 2024 - 08h57
(atualizado às 09h11)
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Resumo
A Polícia Federal já teria identificado indícios de que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria recebido informações do esquema de espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), durante a gestão de Alexandre Ramagem.
Em live, Jair Bolsonaro fala sobre investigação sobre "Abin paralela" e isenta Ramagem
Em live, Jair Bolsonaro fala sobre investigação sobre "Abin paralela" e isenta Ramagem
Foto: Reprodução/Redes sociais

A Polícia Federal (PF) já teria identificado indícios de que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria recebido informações do esquema de espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que ficou conhecido como “Abin paralela”, sob a gestão de Alexandre Ramagem.

De acordo com informações do portal UOL, a PF já teria apresentado os elementos da investigação para a Procuradoria-Geral da República (PGR) e para o Supremo Tribunal Federal (STF). Novas provas ainda devem ser colhidas a partir das buscas feitas nos endereços de Ramagem e de Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente.

Dossiês e documentos produzidos pela Abin paralela teriam sido impressos e entregues ao Palácio do Planalto durante o governo Bolsonaro, de acordo com as provas obtidas pela PF.

Segundo o portal, as informações foram somadas às provas já apuradas de um inquérito anterior, que apontou as interferências da família Bolsonaro na PF, enquanto Jair era presidente.

Polícia Federal do Rio de Janeiro

Ramagem foi apontado como responsável por imprimir duas listas de inquéritos eleitorais que estavam em tramitação na PF do Rio de Janeiro, em fevereiro de 2020, reforçando as suspeitas de que Jair Bolsonaro tentava pressionar para ter controle da Superintendência da PF do Rio na época.

A investigação, portanto, aponta que Ramagem teria fornecido ao ex-presidente as informações sigilosas da PF do Rio. Essas informações teriam sido passadas para Ramagem por algum integrante da PF no estado. A identidade deve ser descoberta com a checagem dos acessos ao sistema da própria Polícia Federal.

Foi nesta época que a PF do Rio de Janeiro conduzia um inquérito eleitoral sobre as declarações de bens do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente. Foi concluído que não houve crime.

Espionagem ilegal

Durante a gestão de Alexandre Ramagem, foi utilizado na Abin um software de monitoramento, chamado First Mile, especialmente durante as eleições de 2020. Segundo uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, entre as 60 mil consultas realizadas no sistema, metade aconteceu durante o período eleitoral.

De acordo com a PF, esse indício mostra a instrumentalização da Abin para fins eleitorais de interesse do núcleo político. Também é investigado se o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da época, o general Augusto Heleno, deu o aval para operações de espionagem ilegal para Ramagem. Ele foi intimado a prestar depoimento.

Os dossiês impressos encontrados durante as ações de busca e apreensão da PF, seriam indícios de que o material era produzido para pessoas de fora da Abin, possivelmente no Palácio do Planalto, de acordo com a reportagem do UOL.

A defesa de Jair Bolsonaro não se manifestou sobre o assunto até o momento. No último domingo, 28, o ex-presidente fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais ao lado dos filhos, em que isentou Ramagem e chamou a investigação da PF de “narrativa”.

Fonte: Redação Terra
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