Irmão da deputada Sâmia Bomfim é morto a tiros em ataque contra médicos no Rio
Diego Ralf Bomfim também era cunhado do deputado federal Glauber Braga; PF vai acompanhar as investigações
O médico Diego Ralf Bomfim, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e cunhado do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), morreu ao ser baleado na madrugada desta quinta-feira, 5, em um quiosque na orla da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Outros três médicos também foram atingidos: dois morreram e um foi socorrido para uma unidade de saúde da cidade, e apresenta quadro estável.
O caso ocorreu por volta de 1h. Imagens de câmeras de monitoramento do local mostram um carro branco parado na avenida da praia. Neste momento, os ocupantes do veículo, todos vestindo roupa preta, desembarcam e vão em direção às vítimas, que estão sentadas no local. Os criminosos passaram a atirar contra as vítimas, e dá início à correria de pessoas que estão no quiosque. Após os disparos, o bando volta correndo para o carro.
À coluna de Guilherme Mazieiro, do Terra, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse que solicitou à Superintendência da PF no Rio contato com a unidade de homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro para buscar informações sobre a execução dos três médicos.
"Conversei com o Ministro [da Justiça, Flávio Dino] agora, e solicitei que o Superintendente do RJ entre em contato com a unidade de homicídios da PC/RJ, para buscar mais informações", disse o diretor à coluna.
O ministro da Justiça e Segurança, Flávio Dino, afirmou que o caso dos três médicos mortos na Barra da Tijuca (RJ) pode ter sido uma execução, devido à possível relação com a atuação dos dois parlamentares federais. Já à noite, após evento do Ministério da Justiça em Salvador, o ministro citou outras linhas de investigação em consideração.
No decorrer do dia, a polícia constatou que havia grande semelhança entre um dos médicos assassinados, Perseu Ribeiro Almeida, com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, envolvido em um conflito territorial com a facção criminosa Comando Vermelho. Um áudio interceptado pela Polícia Civil é uma das evidências que indicam que traficantes podem ser os responsáveis pela execução dos médicos. Ainda na noite de quinta, a polícia do Rio de Janeiro encontrou quatro corpos em carros abandonados, e a suspeita é de que sejam de homens envolvidos no assassinato dos ortopedistas.
O homicídio está sendo investigado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro com o apoio da Polícia Federal. O caso ocorreu na madrugada de quinta-feira, 5, em um quiosque da praia da Barra da Tijuca. Além de Diego Bomfim e Perseu Almeida, também estavam no estabelecimento Marcos de Andrade Corsato e Daniel Sonnewend Proença. Este último foi o único sobrevivente.
Segundo o jornal O Globo, Daniel, de 33 anos, levou 14 tiros, que causaram 24 perfurações ao longo do seu corpo, e foi submetido a 10 horas de cirurgia. Seu quadro de saúde é estável e ele respira sem ajuda de aparelhos.
Crime contra médicos no Rio
O caso ocorreu por volta de 1h. Momentos antes do crime, os médicos chegaram a tirar uma foto sentados à mesa do estabelecimento.
Imagens de câmeras de monitoramento do local mostram um carro branco parado na avenida da praia. Neste momento, os ocupantes do veículo, todos vestindo roupa preta, desembarcam e vão em direção às vítimas, que estão sentadas no local.
A movimentação é toda registrada pelas imagens. Os criminosos passaram a atirar contra as vítimas, e pessoas que estão no quiosque tentaram se proteger. Após os disparos, o bando volta correndo para o carro, que segue para rumo desconhecido.
Marcos, Perseu e Diego foram atingidos e chegaram a receber atendimento do Corpo de Bombeiros, mas não resistiram aos ferimentos, conforme o jornal O Globo. Daniel também ficou ferido e foi levado para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra.
- Quem é miliciano que seria alvo de executores de médicos no Rio
- Quiosque funciona normalmente 12 horas após morte de médicos: 'Como se nada tivesse acontecido'
- Um dos médicos executados a tiros no Rio completou 33 anos na véspera do crime
Os três médicos são de São Paulo e estavam no Rio para um congresso Minimally Invasive Foot Ankle Society (Mifas), que ocorrerá nesta quinta-feira. Os suspeitos ainda não foram presos. A perícia da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) realizou uma perícia no local, e investiga as mortes.
Repercussão do crime
O Psol, partido de Sâmia e Glauber, divulgou nota de pesar pelo assassinato do irmão da parlamentar e demais vítimas do ataque, e também pediu investigação "rigorosa e eficiente" das autoridades:
"O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) manifesta seu profundo pesar e indignação diante do assassinato do médico Diego Ralf Bonfim, irmão da deputada Samia Bomfim, e de seus colegas Marcos Andrade Corsato e Perseu Ribeiro de Almeida. Expressamos toda nossa solidariedade e apoio à deputada e à sua família, assim como aos familiares dos colegas de Diego.
Exigimos às autoridades competentes que investiguem este crime de forma rigorosa e eficiente, para que os responsáveis sejam identificados e punidos de acordo com a lei.
O PSOL também reforça seu compromisso com a luta por um Brasil mais seguro, justo e igualitário, onde vidas não sejam perdidas para a violência desenfreada."
O deputado federal Orlando Silva também se manifestou e afirmou estar “perplexo” com o caso e se solidarizou com a dor de Sâmia. “Os criminosos nada levaram, apenas renderam e atiraram, o que leva a polícia a investigar a hipótese de execução. Frieza e violência abomináveis. Meus sentimentos aos familiares e amigos, especialmente à deputada @samiabomfim , irmã de uma das vítimas”, escreveu no Twitter.