Atos contra parlamentares são inaceitáveis, diz Itamaraty
Grupo de senadores brasileiros foi hostilizado nos arredores do aeroporto por manifestantes favoráveis ao presidente
O governo considerou inaceitáveis os atos hostis de manifestantes venezuelanos contra uma comitiva de senadores brasileiros que viajou nesta quinta-feira à Venezuela para visitar opositores presos e disse que pedirá esclarecimentos sobre o ocorrido ao país vizinho.
O grupo de senadores, entre eles Aécio Neves (PSDB-MG), Aloysio Nunes (PSDB-SP), José Agripino (DEM-RN) e Ronaldo Caiado (DEM-GO), foi hostilizado nos arredores do aeroporto por manifestantes favoráveis ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. Ao não conseguirem realizar as atividades previstas em Caracas, os parlamentares decidiram voltar ao Brasil.
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"O governo brasileiro lamenta os incidentes que afetaram a visita à Venezuela da Comissão Externa do Senado e prejudicaram o cumprimento da programação prevista naquele país. São inaceitáveis atos hostis de manifestantes contra parlamentares brasileiros", afirmou o Ministério das Relações Exteriores em nota.
Segundo o Itamaraty, o embaixador brasileiro em Caracas recebeu a comitiva no aeroporto de Maiquetía, nos arredores da capital, onde os senadores e demais integrantes da delegação embarcaram num veículo providenciado pela embaixada, e o diplomata seguiu no próprio carro.
De acordo com a nota, ambos os veículos ficaram retidos no caminho devido, segundo informações recebidas pelo Itamaraty, a um grande congestionamento "ocasionado pela transferência a Caracas, no mesmo momento, de cidadão venezuelano extraditado pelo governo colombiano".
O governo brasileiro solicitou e recebeu do governo venezuelano a garantia de custódia policial para a delegação durante a viagem ao país, "o que foi feito", segundo o ministério.
O Itamaraty informou ainda que o governo brasileiro solicitará por meio dos canais diplomáticos esclarecimentos ao governo venezuelano sobre o ocorrido, "à luz das tradicionais relações de amizade entre os dois países".
Mais cedo, o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), emitiu uma nota classificando de "medieval" o tratamento recebido pela comitiva, e a Câmara dos Deputados aprovou uma moção de repúdio ao ocorrido.
A presidente Dilma Rousseff tem recebido críticas por manter laços estreitos com Maduro. Em maio, o Senado Federal aprovou uma resolução criticando o governo venezuelano por manter arbitrariamente seus adversários presos.