Janaina Paschoal questiona "acordão" e quer comando da Alesp
Deputada estadual mais votada na história fez campanha discreta na Casa e quem deve levar é Cauê Macris (PSDB)
Janaina Paschoal (PSL), a deputada estadual eleita com mais de 2 milhões de votos paulistas, agora tenta se eleger presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Ela questiona o "acordão" que deve dar a vitória na tarde desta sexta-feira (15) a Cauê Macris (PSDB), atual ocupante do cargo. “Desde novembro já se sabe qual vai ser a mesa. Isso é eleição?”, diz Janaina.
É provável que o número de votos a Janaína não passe dos 16 - vindos dela própria e dos 14 colegas do PSL na Assembleia, a maior bancada da casa, além do integrante do MBL Arthur Mamãe Falei (DEM). Macris, na última eleição, em 2017, foi eleito por 88 dos 94 deputados da casa. Na disputa atual, nos bastidores, fala-se em 70 votos.
A aparente dificuldade da deputada estadual mais votada na história do país em conseguir se eleger para a Mesa Diretora da Alesp tem a ver com determinações internas dos partidos e com a própria figura de Janaina Paschoal. “Muita gente está justificando não votar em mim com a ficção de que eu sou metida, de que eu me impus por causa dos 2 milhões de votos”, diz.
A estratégia de articulação de sua campanha para a Mesa Diretora foi discreta: consistiu, basicamente, em um e-mail, “para nao ficar invadindo o espaço das pessoas”, diz.
A deputada enviou, para todos os parlamentares da Alesp, uma mensagem padronizada, na qual resumiu suas propostas e se colocou “à disposição para tirar dúvidas”. Alguns responderam, outros não.
“Eu já vinha conversando com os deputados. Essa mensagem foi para oficializar”, diz.
“Alguns olham para mim, dizem que concordam com todas as minhas propostas, que tem uma simpatia pela minha pessoa, que concordam com o que eu já fiz - como o impeachment, por exemplo -, que não gostam do candidato favorito [Macris], entendem que ele não foi um bom presidente, mas vão votar nele”, diz a deputada.
O tucano ainda tem apoio do governador do Estado, João Doria (PSDB). “Eu fico um pouco surpresa por ele [Doria] manter o apoio ao candidato apesar de tantas denúncias”, diz Janaina Paschoal.
De acordo com o jornal “O Estado de S.Paulo”, Cauê Macris recebeu doações suspeitas de servidores da Alesp durante sua campanha de reeleição e repassou R$ 266 mil para o posto de gasolina do qual é sócio, também durante a corrida eleitoral de 2018. Ele nega todas as acusações.