Janones e Secom de Bolsonaro brigam em público e travam reuniões da transição
No Twitter, Janones chamou a Secom de "quadrilha", que o respondeu por meio de nota oficial
O deputado federal reeleito André Janones (Avante-MG) e a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), órgão ligado ao Palácio do Planalto, travam uma briga pública que pode colocar em xeque as reuniões do governo de transição, do qual o parlamentar faz parte no grupo de trabalho de comunicações.
No Twitter, Janones chamou a Secom de "quadrilha". "Quadrilha da SECOM falta na reunião da transição e avisa que não vai participar de mais nenhuma com a minha presença. Tudo porque estou tornando público o que eles roubaram. Vamos acionar a justiça para que forneçam as informações debaixo de vara, conforme manda a lei", escreveu o deputado federal, que coordenou a campanha digital do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A Secom respondeu em nota oficial e, sem citar Janones nominalmente, afirmou que "postagens, inverídicas, distorcidas e desrespeitosas" por um integrante da transição "praticamente inviabilizam" a realização de reuniões com o grupo de comunicações do governo eleito.
"A Secretaria Especial de Comunicação Social do Governo Federal (SECOM) informa que os normativos legais que regulam o processo de transição de governo expressam, dentre outros princípios, que deve haver colaboração entre as partes envolvidas. O respeito mútuo e a cordialidade são, sem dúvida, partes integrantes e imprescindíveis de qualquer processo que pretenda ser colaborativo", diz a nota. O órgão ligado ao governo Jair Bolsonaro prometeu, contudo, seguir prestando informações ao novo governo.
Veja a nota da Secom na íntegra:
"A Secretaria Especial de Comunicação Social do Governo Federal (SECOM) informa que os normativos legais que regulam o processo de transição de governo expressam, dentre outros princípios, que deve haver colaboração entre as partes envolvidas. O respeito mútuo e a cordialidade são, sem dúvida, partes integrantes e imprescindíveis de qualquer processo que pretenda ser colaborativo.
As recentes postagens, inverídicas, distorcidas e desrespeitosas, publicadas por um dos integrantes do Grupo de Trabalho relacionado à comunicação social na transição de governo, demonstram e materializam a não observância dolosa do princípio de colaboração por parte desse integrante, o que, praticamente, inviabiliza a realização de reuniões com o Grupo Temático.
A SECOM, cumprindo os ditames legais relacionados à transição, prestou e continuará prestando, por escrito e dentro do prazo legal estipulado, todas as informações relativas à sua área de competência, desde que oficialmente solicitadas, garantindo a lisura e a transparência no processo."