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Política

João Campos, reeleito em Recife, é pop nas redes sociais e opção para 2026

6 out 2024 - 19h06
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O prefeito de Recife (PE), João Campos (PSB), foi reeleito neste domingo, 6, para um segundo mandato no cargo. Com 76,36% das urnas apuradas, computava 77,47% dos votos. O primeiro turno na capital de Pernambuco foi marcado pela previsibilidade, com o pessebista disparado em primeiro lugar nas pesquisas desde o início.

Dado seu desempenho na disputa municipal e seus altos índices de aprovação no comando da prefeitura, Campos é considerado uma opção para a corrida pelo governo de Pernambuco, em 2026, contra a atual ocupante do cargo, Raquel Lyra (PSDB). Aliados também apostam nele como um futuro nome para a Presidência da República.

Com 30 anos de idade, Campos faz parte de um clã político que domina o cenário local. Ele é filho do ex-governador Eduardo Campos, que morreu em um acidente aéreo em 2014, e bisneto de Miguel Arraes, que também governou o Estado. Antes de se eleger prefeito em 2020, atuou como deputado federal.

Sua vitória acachapante é um trunfo para o PSB e representa uma esperança de renovação no partido, que, desde a redemocratização, não conseguiu criar lideranças nacionais capazes de ocupar o espaço da esquerda ou centro-esquerda no debate nacional. O pai de João, Eduardo Campos, fez essa tentativa em 2014, mas sua morte enterrou os planos.

Nos últimos anos, o prefeito de Recife se tornou "pop" nas redes sociais, com vídeos de "dancinhas" e fotos de cabelo "nevado" ou descolorido para o Carnaval. "É gente como a gente", dizia a propaganda eleitoral do candidato.

Em segundo lugar na eleição, ficou o ex-ministro Gilson Machado (PL), com xx%. Ele fez parte da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro como titular da pasta do Turismo, mas não obteve tração na disputa pela prefeitura.

Em debate entre os candidatos na reta final do primeiro turno, Campos exaltou a realização de obras em Recife e foi o foco de ataques dos outros competidores. Na propaganda eleitoral, apostou também em mostrar realizações de sua gestão e no vínculo com Miguel Arraes.

A candidatura de Campos era considerada a mais competitiva do campo da esquerda em capitais. Apesar de ter o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contudo, o prefeito não dependeu do endosso do PT para se reeleger.

O partido de Lula pleiteava a vaga de vice, de olho em assumir a prefeitura após 2026, caso Campos se eleja governador. O prefeito, contudo, ignorou apelos dos petistas e escolheu como vice Victor Marques (PCdoB), seu ex-chefe de gabinete, como companheiro de chapa.

Em 2020, Campos se elegeu em segundo turno contra Marília Arraes, sua prima, então filiada ao PT - hoje ela faz parte dos quadros do Solidariedade. Os dois romperam durante a disputa, mas ela acabou anunciando apoio à reeleição do prefeito neste ano.

Estadão
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