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Política

Joaquim Barbosa não descarta concorrer ao Planalto, mas cita empecilho

8 mar 2022 - 11h21
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O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa afirmou que não descarta concorrer à eleição presidencial em outubro. Ao ser questionado pelo jornalista Pedro Bial se, diante da estagnação da terceira via e da possibilidade de o presidente Jair Bolsonaro (PL) se reeleger, aceitaria se candidatar ao Palácio do Planalto, o ministro aposentado disse estar disposto a entrar na disputa, mas citou o prazo curto para se filiar a um partido como uma dificuldade. A entrevista de Barbosa foi veiculada na madrugada desta terça-feira, 8. Ele foi o primeiro convidado da nova temporada do programa Conversa com Bial, da TV Globo.

"Em princípio, sim [seria candidato], mas o prazo está muito curto. Eu não tenho mais filiação partidária, me desliguei do PSB. E não procurei nenhum partido, estou tocando a minha vida", afirmou Barbosa. "Filiação a um partido não é uma coisa tão simples, né? Há partidos que não querem ter candidatos à Presidência. O jogo eleitoral no Brasil mudou muito. A conquista do poder, hoje, não tem como troféu máximo chegar à Presidência da República", completou ele, cuja passagem no Supremo ficou marcada pela relatoria do inquérito do mensalão, que condenou a cúpula do PT.

No início do ano, o ex-ministro do STF se desfiliou do PSB, partido pelo qual ensaiou uma candidatura em 2018, quando chegou a alcançar 10% nas pesquisas de intenção de voto. Caso queira disputar a eleição, ele precisará encontrar uma legenda até o dia 2 de abril, data-limite determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para candidatos estarem filiados a algum partido.

Após a saída do PSB, Barbosa afirmou estar "livre e solto". PSD e União Brasil se mostraram abertos a recebê-lo. O partido presidido por Gilberto Kassab, no entanto, conversa com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), para ser o candidato da legenda.

Barbosa também afirmou que "jamais votaria em Bolsonaro" e definiu a possibilidade de reeleição do atual presidente como um "desastre". "Para a sociedade brasileira seria um desastre absoluto. O Brasil é um país estagnado, com milhões de pessoas no desamparo absoluto. Nós temos uma juventude, que vai dos 24 até os 40 anos de idade, que vive um total desassossego", declarou.

O magistrado disse que um eventual governo seu seria social-democrata, mas diferente do antigo PSDB, o qual ele classificou como "embromador", e do PT, que, de acordo com o ex-ministro, "mudou a sua natureza" diante de novas pautas.

"Ter alguma ação pedagógica no sentido de mostrar ao Brasil e aos atores sociais, políticos e econômicos qual é a verdadeira natureza do regime econômico do Brasil. Que não é só esse regime ultraliberal. Questão social tem que ser prioritária na agenda de qualquer governo no Brasil", disse Barbosa.

Estadão
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