Joaquim Levy e Barbosa devem ir para Fazenda e Planejamento
Alexandre Tombini, atual presidente do Banco Central, deve ser mantido no cargo, segundo fontes ouvidas pela Reuters
A presidente Dilma Rousseff deve anunciar nesta sexta-feira sua nova equipe econômica composta por Nelson Barbosa, Joaquim Levy e Alexandre Tombini, disseram fontes do governo à Reuters.
Segundo uma dessas fontes, no momento já está definido que Tombini seguirá como presidente do Banco Central. As fontes, que falaram sob a condição de anonimato, não disseram quem seria o ministro da Fazenda e quem seria o titular do Planejamento.
"Será um dia longo", limitou-se a dizer uma das fontes.
Dilma estava reunida nesta manhã com o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Na agenda da presidente, estavam previstos ainda "despachos internos" na parte da tarde.
Uma fonte do mercado financeiro também disse à Reuters sobre a equipe sendo formada por Levy, Barbosa e Tombini.
Os mercados financeiros reagiam positivamente aos nomes. O dólar e os juros futuros recuavam, enquanto a bolsa subia quase 2%.
Dilma tinha considerado inicialmente o presidente Bradesco
A presidente passou então analisar um outro nome do grupo Bradesco para compor sua equipe econômica.
Joaquim Levy esteve à frente do Tesouro Nacional na gestão do ex-ministro Antonio Palocci, quando o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva buscava conquistar a confiança dos agentes econômicos. Levy atualmente é o diretor-superintendente do Bradesco Asset Management, braço de gestão de recursos do Bradesco.
Nelson Barbosa também já integrou o governo, como secretário-executivo do atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, até 2013. E enquanto esteve no governo sempre teve proximidade com a presidente. Ele chegou a ser especulado como sucessor de Mantega ainda durante os primeiros anos do governo Dilma.
Tombini preside o BC desde o início do governo e também já teve seu nome especulado para assumir a pasta da Fazenda.
Um indício de que Tombini se manteria na equipe econômica foi sua participação inesperada na reunião de cúpula do G20 na Austrália no último fim de semana.
Sinais
Uma outra fonte do governo próxima ao assunto disse à Reuters que, diante da preocupação em sinalizar mudanças na política econômica, tem circulado dentro do governo a possibilidade de o atual diretor de Administração do BC, Altamir Lopes, assumir o Tesouro Nacional.
De formação bastante técnica, Lopes é funcionário de carreira da autoridade monetária e conhecido por seu cuidado ao gerenciar finanças. Além disso, quando era chefe do Departamento Econômico do BC, já chegou a trabalhar de maneira próxima a Levy quando este era secretário do Tesouro.
"Precisamos mostrar um política (econômica) clara e bem definida, e isso está bem colocado pelo perfil das pessoas (que devem compor a equipe econômica)", afirmou a fonte, sob condição de anonimato, acrescentando que o objetivo principal dessas mudanças é resgatar a confiança dos agentes econômicos em meio ao cenário político mais sensível devido à operação Lava Jato e suas consequências sobre a Petrobras
"Estamos falando de uma ameaça de redução de rating do País. A questão da confiança passa pela questão fiscal", afirmou a fonte, referindo-se aos alertas feitos por agências de classificação de risco.
Sobre a mudança no comando do Banco do Brasil sobe esse novo cenário, a fonte disse que os nomes de Paulo Rogério Caffarelli, atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda, e Alexandre Abreu, um dos vice da estatal, continuam no páreo.
Mas circulam também os de Aldo Mendes, atual diretor de Política Monetária do BC e ex-vice-presidente do BB, e de Gustavo Vale, ex-diretor do BC e atual presidente da Infraero.