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Política

Jornalista que denunciou espionagem elogia discurso de Dilma

24 set 2013 - 13h23
(atualizado às 13h32)
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<p>Dilma fez duras críticas ao sistema de espionagem dos Estados Unidos</p>
Dilma fez duras críticas ao sistema de espionagem dos Estados Unidos
Foto: AP

O jornalista Glenn Greenwald, responsável pela divulgação de informações sobre espionagens feitas pela inteligência americana, elogiou nesta terça-feira o discurso feito pela presidente Dilma Rousseff na Assembleia Geral da ONU. As declarações foram feitas pelo Twitter, rede social utilizada pelo jornalista para, inclusive, rebater críticas sobre as denúncias de espionagem.

Após a fala de Dilma, Greenwald compartilhou mensagens de internautas que elogiaram o discurso inaugural do encontro. Segundo ele, após o discurso, logo começariam a surgir críticas à presidente. "Ataques anti-Dilma devem começar em breve", disse.

O jornalista rebateu ainda o editor da revista americana de relações internacionais The National Interest, John Allen Gay, que criticou Glenn Greenwald e o ex-técnico da CIA Edward Snowden por "prejudicar as relações entre EUA e Brasil sem motivo". "Eu sinto muito pela espionagem que fiz", respondeu Greenwald, de forma irônica.

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira, em seu discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, que as denúncias de espionagem do governo americano ao Brasil são um exemplo de violação grave dos direitos humanos. "Estamos diante de um caso grave de violação dos direitos humanos e das liberdades civis", disse Dilma. As relações entre os EUA e o Brasil se deterioraram após as denúncias de espionagem feitas por Edward Snowden, um ex-terceirizado da Agência Nacional de Segurança dos EUA, a NSA.

"Sem o direito à privacidade, não há verdadeira liberdade de opinião, e não há democracia", afirmou ela, dirigindo-se ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. A presidente afirmou que a espionagem de um país a outro "fere o direito internacional e afronta os princípios que devem reger as relações entre eles".

"Jamais pode uma soberania firmar-se em detrimento de outra soberania", disse Dilma. "Pior ainda quando empresas privadas estão sustentando esta espionagem."

"Informações empresariais, muitas vezes de alto valor econômico e mesmo estratégico, estiveram na mira da espionagem", afirmou a presidente, acrescentando que a interceptação também abrangeu a missão diplomática e a presidência brasileiras.

Dilma: "Brasil fará o que for possível para combater espionagem":

Dilma ainda demonstrou indignação com justificativas de que a espionagem teria ocorrido por motivos de segurança. "Não se sustentam argumentos de que a interceptação destina-se a proteger as nações contra o terrorismo. O Brasil, senhor presidente, sabe se proteger. O Brasil não dá abrigo a grupos terroristas", disse. "Vivemos em paz com nossos vizinhos há mais de 140 anos."

Ela afirmou que o Brasil "redobrará os esforços para se proteger da interceptação ilegal". "Não podemos permitir que ações ilegais recorrentes tenham curso como se fossem normais, elas são inadmissíveis", disse.

A presidente afirmou que vai propor o estabelecimento de um marco civil multilateral para a internet que garanta a liberdade e a neutralidade da rede. "Meu governo vai fazer o que estiver ao seu alcance para defender os direitos humanos."

Em seu próprio discurso, logo depois de Dilma, o presidente Barack Obama disse que os EUA começaram a revisar a maneira como conduzem seus esforços de inteligência para equilibrar preocupações "legítimas" com segurança e respeito à privacidade. Mas defendeu a espionagem. "Como resultado deste trabalho, o mundo está mais estável que cinco anos atrás. Mas um olhar rápido nas manchetes de hoje indica que os perigos ainda existem", disse Obama. 

Fonte: Terra
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