José Rainha é preso no Pontal acusado de extorsão de proprietários rurais
Líder da Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade foi preso pela Policia Civil neste sábado, 4; Luciano de Lima, outra liderança do grupo, também foi detido
SOROCABA - O líder da Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade (FNL), José Rainha Junior, foi preso neste sábado, 4, em operação da Polícia Civil de São Paulo, no Pontal do Paranapanema, extremo oeste do Estado de São Paulo. A operação prendeu também Luciano de Lima, outra liderança do movimento.
Há duas semanas, a FNL desencadeou o chamado Carnaval Vermelho, invadindo oito fazendas no Pontal e uma no Mato Grosso do Sul. A polícia cumpriu mandados de prisão expedidos pela justiça paulista, mas no momento ainda não estava claro se as prisões estavam relacionadas com essas invasões.
Neste domingo, por meio de nota, a polícia esclareceu que a prisão decorreu de um inquérito que investiga se os acusados estariam aproveitando-se do movimento social para extorquir proprietários rurais. Ainda no domingo, Rainha e Lima passaram por audiência de custódia e foram encaminhados para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Caiuá, no sudoeste de Estado de São Paulo, onde serão mantidos em prisão preventiva.
O secretário de Segurança do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, confirmou as prisões e destacou o papel dos policiais envolvidos na operação.
José Rainha Júnior e Luciano de Lima, líderes da FNL, foram presos pela nossa Polícia Civil. Parabenizo os policiais envolvidos nessa missão, que contam também com o apoio da Polícia Militar para garantir a segurança em nosso Estado.
— Guilherme Derrite (@DerriteSP) March 4, 2023
O grupo alegou que as fazendas tinham sido reconhecidas como terras públicas, o que não foi confirmado pela justiça. Na maioria dos casos, foi dada liminar de reintegração de posse em favor dos proprietários.
O presidente licenciado da União Democrática Ruralista, Luiz Antonio Nabhan Garcia, ex-secretário nacional de Assuntos Fundiários no governo Bolsonaro, disse que os proprietários rurais se sentem aliviados por saberem que ainda existe justiça.
"Invasores de propriedade com ficha criminal conhecida, que promovem o caos, desrespeitam constantemente o Estado democrático de direito, por mais que tenham amigos poderosos, precisam saber que ninguém pode estar acima da Lei", disse.