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Política

Jovem Pan investigada: veja os comentários de jornalistas que motivaram ação

Órgão apura divulgação de informações falsas sobre as instituições brasileiras e o potencial de "incentivo a atos golpistas"

10 jan 2023 - 12h30
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Alexandre Garcia
Alexandre Garcia
Foto: Jovem Pan

Na segunda-feira, 9, o Ministério Público Federal (MPF) abriu uma investigação para apurar a rede Jovem Pan. Segundo o órgão, serão apuradas "a divulgação de informações falsas sobre as instituições públicas brasileiras e o potencial de incentivo a atos golpistas".

Em nota, o MPF detalhou alguns dos comentários de jornalistas da emissora que motivaram a ação. 

"O órgão realizou levantamento ao longo dos últimos meses e detectou que a Jovem Pan, a princípio, tem veiculado sistematicamente fake news e discursos que atentam contra a ordem institucional, em um período que coincide com a escalada de movimentos golpistas e violentos em todo o País", diz o comunicado.

No relatório, foram citados comentários recentes sobre os atos terroristas em Brasília no domingo, 8. É mencionada, por exemplo, uma fala de Alexandre Garcia que, segundo o órgão, fez uma "leitura distorcida" da Constituição para dar legitimidade às ações de destruição.

"Nos últimos dois meses, as pessoas ficaram paradas esperando por uma tutela das Forças Armadas. A tutela não veio. Então resolveram tomar a iniciativa", disse Garcia na ocasião. Confira:

O relatório menciona ainda ataques feitos por Paulo Figueiredo. Na avaliação do MPF, ele tentou imputar aos agentes públicos a culpa pelo caos instalado. "As pessoas estão revoltadas com a forma como o processo eleitoral foi conduzido. Elas estão revoltadas com a truculência com que certas instituições têm violado a nossa Constituição", disse o comunicador.

Fernando Capez aparece no relatório por ter classificado os atos como "manifestação claramente pacífica". Veja:

O MPF também resgatou comentários mais antigos, como na época das eleições presidenciais. O órgão entendeu que naquele período houve "ataques infundados ao funcionamento das urnas eletrônicas", bem como à atuação de membros do Judiciário. 

Como exemplo, o MPF usa um comentário de Rodrigo Constantino. Em 14 de novembro, ele atribuiu o resultado dos processos democráticos do País a um "malabarismo do Supremo". Zoe Martinez também é citada por ter defendido, em 21 de dezembro, que as Forças Armadas destituíssem os ministros do STF.

Por fim, o MPF volta a mencionar Paulo Figueiredo, que defendeu que uma intervenção militar não traria "consequências gravosas ao País" e que, em caso de reação de grupos, como o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), "caberia mandar esses daqui para um lugar pior".

"Passa cerol, pô, vocês são treinados para isso!", disse Figueiredo ao se dirigir a integrantes das Forças Armadas. Assista:

Pedidos

No ofício, o MPF determinou que a Jovem Pan forneça, em até 15 dias, informações detalhadas sobre sua programação e os dados pessoais dos apresentadores e comentaristas dos programas Jovem Pan News, Morning Show, Os Pingos nos Is, Alexandre Garcia e Jovem Pan – 3 em 1. O documento inclui ainda uma notificação para que a empresa não exclua os vídeos com os comentários ou restrinja a visualização de alguma forma. 

O órgão também pediu ao YouTube a preservação da íntegra de todos os vídeos publicados pela Jovem Pan, desde janeiro de 2022 até hoje. A plataforma de vídeos também terá de informar, em 30 dias, a relação completa dos conteúdos removidos ou cujo acesso público foi restringido pela emissora, para compreender melhor quais razões motivaram essas ações.

Fonte: Redação Terra
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