Brasil pode pedir julgamento se Itália não extraditar Pizzolato
Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que decisão do país europeu será respeitada
O Brasil poderá pedir um novo julgamento do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato na Itália caso sua extradição seja negada, afirmou nesta quinta-feira o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Condenado a 12 anos e sete meses de prisão, Pizzolato, que tem cidadania italiana, fugiu para o país europeu e foi preso em fevereiro.
“Veja, em primeiro lugar vamos respeitar a soberania daquele país. Em segundo lugar, ver quais são as medidas podem ser tomadas. Uma das medidas é que se solicite o julgamento na Itália pelos delitos aqui praticados, mas vamos estudar essa hipótese depois do julgamento italiano. Vamos aguardar e, a partir daquilo que for decidido, nós respeitaremos e tomaremos as medidas que os acordos existentes nos autorizarem”, disse Cardozo, após visitar o Centro de Gerenciamento e Monitoramento da Força Nacional em Brasília.
Ser submetido a um novo julgamento na Itália foi um desejo manifestado por Pizzolato quando anunciou sua fuga em novembro do ano passado, quando os condenados no julgamento do mensalão começaram a ser presos. No texto, ele disse ter decidido “consciente e voluntariamente” ter deixado o Brasil para ser julgado “em um tribunal que não se submete às imposições da mídia empresarial”.
Pizzolato foi preso na localidade de Maranello pela polícia italiana com um passaporte no nome do irmão, Celso Pizzolato, já falecido. Um mês depois, o governo brasileiro pediu a extradição do condenado pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e corrupção.
Segundo Cardozo, o julgamento na Itália está previsto no acordo bilateral firmado entre Brasil e Itália. “Uma das possibilidades que pode ser estudada por nós é o que está previsto no acordo, que a pessoa responda pelos crimes que praticou em julgamento no seu país. Ou se extradita ou você peça que ele seja julgado. Mas isso terá que ser avaliado”, disse.