Júlio Delgado lança candidatura à presidência da Câmara
Com apoio inicial de quatro partidos - PSB, PSDB, PPS e PV -, pessebista pretende buscar nos novos deputados e nos insatisfeitos com o governo suporte suficiente para vencer a disputa contra Eduardo Cunha e Arlindo Chinaglia
Deputado reeleito para o quarto mandato seguido, Júlio Delgado (PSB-MG) foi lançado nesta quarta-feira (17) como candidato à presidência da Câmara dos Deputados. Ao contrário de 2013, quando disputou a principal cadeira de Mesa Diretora apenas com o apoio do seu partido, a adesão de PSDB, PPS e PV já garante ao pessebista uma base de 106 deputados. A candidatura é também uma forma dos partidos marcarem posição de oposição contra o governo Dilma Rousseff.
"PT e PMDB continuam nesta velha contenda, mas eles são sócios majoritários", disse o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), durante a entrevista coletiva que marcou o lançamento da candidatura de Delgado à presidência. Nas declarações de líderes e presidentes de partidos, ficou clara a intenção de fazer um antagonismo ao Palácio do Planalto. "É uma aliança natural, especialmente depois da sucessão presidencial", completou o líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA).
Com o apoio dos quatro partidos, Delgado já parte de uma base melhor do que em 2013. Na oportunidade, ele tinha apenas o suporte do PSB, garantido dois dias antes do pleito. Agora, a entrada de PSDB, PPS e PV dá mais tranquilidade para o pessebista iniciar a campanha. A ideia dele é buscar os votos dos deputados dissidentes das cúpulas partidárias e dos novos que chegarão em 2015. A eleição ocorre no primeiro dia útil de fevereiro.
"O objetivo da candidatura é defender a independência do Legislativo", disse Delgado. Apesar dos outros candidatos à presidência - Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Arlindo Chinaglia (PT-SP) - também usarem o mesmo discurso, o pessebista tenta se diferenciar dos outros ao dizer que não está vinculado ao Palácio do Planalto. É uma referência ao fato de PT e PMDB terem repetido a aliança presidencial com Dilma Rousseff e Michel Temer.