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Política

Jungmann assumirá Segurança Pública; general vai para Defesa

26 fev 2018 - 07h31
(atualizado às 12h17)
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Ministro da Defesa, Raul Jungmann, durante entrevista em Brasília 17/05/2017    REUTERS/Ueslei Marcelino
Ministro da Defesa, Raul Jungmann, durante entrevista em Brasília 17/05/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

O presidente Michel Temer decidiu nomear o atual ministro da Defesa, Raul Jungmann, para a nova pasta de Segurança Pública, que será criada por medida provisória assinada nesta segunda-feira, informou o porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola.

"A pasta da Segurança Pública coordenará e promoverá a integração dos serviços de segurança pública em todo o território nacional em parceria com os entes federativos", disse o porta-voz.

A nova pasta leva o nome de Ministério Extraordinário da Segurança Pública --ou seja, não é um órgão definitivo, mas criado para durar "enquanto for necessário". O governo chegou a avaliar a duração do novo ministério por 10 meses, até o final do governo de Michel Temer, mas, de acordo com fontes governistas, foi definido que o prazo será indeterminado.

"O novo presidente começará seu mandato com o ministério funcionando e avaliará a conveniência de mantê-lo ou não", disse uma das fontes.

A decisão foi tomada na noite de domingo, em reunião no Palácio do Jaburu. Apesar das dificuldades de encontrar um nome para substituir Jungmann na Defesa, o que chegou a adiar a decisão de Temer, a avaliação no governo é que o ministro tem feito um bom trabalho na questão da segurança pública, especialmente na relação com os governadores.

Jungmann será substituído interinamente na Defesa pelo general Joaquim Silva e Luna, atual secretário-geral da pasta. A posse no novo ministério será na terça-feira, às 11h, segundo o Planalto.

Temer chegou a procurar outros nomes para o novo ministério. Foi cogitado, por exemplo, o ex-secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro José Mariano Beltrame, que fez chegar ao governo que não teria interesse.

O presidente ainda ouviu indicações, como as feitas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre Moraes, que sugeriu o atual secretário de São Paulo, Mágino Alves, ou o chefe da Polícia Civil do Estado, Youssef Abou Chahin. Temer chegou a ir a São Paulo conversar com os dois.

Mas faltava a ambos, na avaliação de uma fonte governista, a característica de ser um nome nacional reconhecido na área.

Jungmann planejava deixar a Defesa em abril deste ano para concorrer à reeleição para deputado federal. No entanto, de acordo com uma fonte, ao ser convidado para assumir a nova pasta, o ministro --que já havia declarado viver um "dilema" sobre sua saída ou não do governo-- desistiu de vez da candidatura.

Seu partido, o PPS, deixou oficialmente a base governista, mas Jungmann continuou no cargo como uma "escolha pessoal" de Temer.

Medida provisória

A criação do novo ministério será feita por medida provisória. Apesar das reclamações do presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), que pedia o envio de um projeto de lei com urgência, o Planalto avalia que a questão obedece os quesitos de "urgência e relevância" exigidos para a edição de MPs.

A pasta incluirá o comando de todas as forças federais envolvidas nas questões de segurança, incluindo a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, o Departamento Penitenciário Nacional e o comando da Força Nacional de Segurança. Além disso, Temer disse em entrevista à Rádio Bandeirantes na semana passada que a pasta ficará encarregada de estudar a criação de uma Guarda Nacional.

A criação do Ministério da Segurança Pública chegou a ser cogitada ainda em 2016. À época, avaliou-se também criar uma secretaria especial ligada à Presidência. No entanto, Temer desistiu ao ser convencido de que levaria um problema dos governos estaduais para dentro do Palácio do Planalto.

Agora, no entanto, a avaliação do governo é que o problema da segurança se tornou nacional e está entre as principais preocupações da população. Assumir o comando do tema, como com a intervenção federal no Rio de Janeiro, pode trazer dividendos ao governo, na avaliação do Planalto.

Temer admitiu que pretendia anunciar a intervenção e o ministério juntos, mas a demora em encontrar um nome acabou adiando a apresentação da nova pasta.

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